
Ao que tudo indica, a cautela com a inflação está dando espaço também à cautela com o recuo da economia. Com isso, as apostas são de que o Banco Central vai pisar no freio na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada na semana que vem.
A taxa de juro Selic está em 14,25% ao mês. As projeções eram de mais duas elevações, chegando ou até passando dos 15% que ainda aparecem na pesquisa Focus, feita pela autorizada monetária com o mercado financeiro.
Agora mudou, os discursos da direção do banco em Washington na semana passada foram bem mais "dovish" ("suaves"), no jargão econômico. A avaliação é de que a guerra comercial dos Estados Unidos vai reforçar uma desaceleração da economia que já se percebe, tirando a pressão da inflação. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também vê mais espaço para o Brasil exportar commodities, o que traz dólares ao mercado interno.
Em vez de 0,5 ponto percentual de alta, muitos mudaram a projeção para 0,25 ponto percentual e até zero.
— Não lembro de chegar a um Copom com três opções na mesa — disse o economista-chefe da Quantitas Asset, Ivo Chermont.
A concordância tem sido de que este deve ser o último aumento deste ciclo. Alguns já especulam um corte no juro ainda em 2025, mas ainda é cedo.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: corte de produção na GM, marca de combustíveis da Malásia e lojas de milkshakes pelo RS
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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