O atacante iraniano Mehdi Taremi afirmou, nesta quinta-feira (24), que os jogadores de sua seleção não estão "sob pressão", após se recusarem a cantar o hino nacional antes da partida contra a Inglaterra, em aparente gesto de solidariedade com os manifestantes na República Islâmica.
"Não gosto de falar de questões políticas, mas não estamos sob pressão", disse o atacante do FC Porto.
Autor dos dois gols marcados contra a Inglaterra (6-2), na segunda-feira (21), Taremi se recusou a se estender sobre a situação no Irã, assim como sobre os protestos, duramente reprimidos, depois da morte da jovem Mahsa Amini. Ela morreu em 16 de setembro, sob custódia policial, acusada de desrespeitar o rígido código de vestimenta imposto pelo regime.
"Eu sabia que esse tipo de pergunta ia ser feito, mas não importa o que eu diga, não vai ter peso algum, já que alguns vão escrever o que quiserem escrever. Então, prefiro falar desse tipo de tema político em particular, ou nas minhas próprias redes sociais", alegou Taremi, na véspera do segundo jogo da "Team Melli" contra o País de Gales, pelo Grupo B.
"Viemos para jogar futebol, não apenas nós, mas todos os jogadores presentes no Catar. Eu e milhares de pessoas como eu não temos o poder de mudar as coisas", acrescentou o internacional iraniano.
Já o treinador da seleção, o português Carlos Queiroz, defendeu que não se deve "misturar" esporte com a política.
"É direito da imprensa perguntar o que considera justo, e é nosso direito responder como quisermos. Mas, o que me parece estranho, como humilde cidadão do mundo, é não fazer esse tipo de pergunta para outros treinadores de seleções nacionais, onde às vezes também há problemas. Não é justo que os iranianos sejam os únicos, aos quais questões de direitos humanos sejam colocadas", completou.
* AFP