A 19ª edição do Campeonato Mundial de vôlei feminino começa nesta sexta-feira (23), com jogos que serão disputados em três cidades da Holanda, Arnhem, Roterdã e Apeldoorn, e três da Polônia, Gdánski, Lódz e Gliwice. O torneio terá 24 seleções divididas em quatro grupos de seis equipes e será encerrado em 15 de outubro. Suspensa das principais competições por conta da Guerra na Ucrânia, a Rússia, maior vencedora da história, será a grande ausência.
Bicampeão olímpico, o Brasil irá estrear no sábado (24), às 15h30min, contra a República Tcheca. A partida será disputada em Arnhem, sede do Grupo D, que ainda conta com Argentina, China, Colômbia e Japão. Os quatro primeiros colocados avançam para a segunda fase.
Campeãs olímpicas, mundiais e da Liga das Nações, são as grandes favoritas
O campeonato começa com três grandes favoritos, Estados Unidos, Itália e Sérvia. Atual campeã dos Jogos Olímpicos, a seleção americana é a atual líder do ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e tem como grande trunfo o técnico Karch Kiraly. Aos 61 anos, o ex-jogador é dono de quatro ouros olímpicos. Além do título conquistado no Japão em 2021, ele venceu os Jogos de Los Angeles-1984 e Seul-1988, na quadra, e ainda abocanhou o ouro em Atlanta-1996, na estreia do vôlei de praia.
Apontado como o maior jogador de vôlei de todos os tempos, Kiraly é o responsável por tirar a seleção feminina dos Estados Unidos da fila. Após perder duas finais seguidas para o Brasil, em Pequim-2008 e Londres-2012, ele foi nomeado pela USA Volleyball para assumir a equipe feminina e desde então foi campeão mundial em 2014 e olímpico em 2021, além de faturar o tri da Liga das Nações (2018/19/21) e ficar com o bronze nos Jogos do Rio em 2016.
Dentro de quadra, os destaques são Jordyn Poulter, 25, que defende o italiano Busto Arsizio e que foi eleita a melhor levantadora dos Jogos de Tóquio, e a ponta Kelsey Robinson, campeã mundial em 2014 e olímpica em Tóquio. Além delas, a oposta Jordan Thompson e a central Haleigh Washington também são peças fundamentais.
Sérvia
A Sérvia defende o título conquistado em 2018 e contará com sua principal arma, a oposta Tijana Boskovic. Poupada na Liga das Nações, quando as sérvias levaram o bronze, a canhota de 32 anos é capaz de decidir jogos com seu poderoso ataque, já que raramente deixa a quadra com menos de 20 pontos.
Eleita a melhor jogadora do último Mundial, Boskovic não terá a seu lado a levantadora Maja Ognjenovic, de 38 anos, que não foi chamada pelo técnico italiano Danielle Santarelli. A equipe ainda tem mais oito remanescentes do título ganho no Japão, com destaque para Ana Bjelica e Brankica Mihajlovic, que já atuaram no voleibol brasileiro.
Itália
Campeã da última edição da Liga das Nações, em julho, após derrotar o Brasil na decisão, a Itália se tornou uma das grandes forças do cenário internacional. Ouro nos Jogos Rio-2016 e vice-campeã do último Mundial, a equipe comandada por Davide Mazzanti tem em Paola Egonu sua aposta para reconquistar o título 20 anos depois.
A filha de imigrantes nigerianos nascida em Cittadella, na província de Padova, é aos 23 anos a principal jogadora do mundo e vem acumulando títulos e prêmios desde as categorias de base. E os ataques de Egonu saem das mãos preciosas da levantadora Alessia Orro, 24, eleita a melhor da posição nas campanhas vitoriosas do Europeu de 2021 e da Liga das Nações.
Brasil, China, Holanda e Turquia, candidatos ao pódio
Se Estados Unidos, Sérvia e Itália aparecem como os principais candidatas ao título, mais quatro equipes prometem estar na briga por medalhas. Nesta lista desponta a renovada seleção brasileira. As comandadas de José Roberto Guimarães buscam um inédito título e os recentes resultados dão grande esperança.
Depois de chegar aos Jogos de Tóquio sem estar entre os favoritos, o Brasil faturou a medalha de prata e mesmo perdendo Fernanda Garay, Natália e Camila Brait, que decidiram se aposentar da seleção, e Tandara, envolvida em caso de doping que lhe custou uma suspensão até 2025, Zé Roberto rapidamente conseguiu encontrar substitutas, como Kisy e Julia Kudiess.
A falta de rodagem internacional em algumas novatas pode pesar. Mas a seleção brasileira tem uma base experiente, que conta com a levantadora Macris, as ponteiras Rosamaria e Gabi e as centrais Carol e Carol Gattaz, todas presentes na campanha do vice-campeonato olímpico.
China
Dominante na década de 1980, quando venceu dois títulos mundiais, duas Copas do Mundo e o ouro nos Jogos de Los Angeles-1984, a China retomou o protagonismo nos últimos anos e foi campeã olímpica no Rio, além de ficar com a prata e o bronze nas duas últimas edições do Mundial e vencer mais duas Copas do Mundo.
Todas estas conquistas credenciam a seleção liderada pela ponteira Lu Yingying, 22 anos, a estar no pódio mais uma vez. A jogadora do Tianjin mede 1,92m e esteve entre as três melhores atacantes da Liga das Nações, quando as chinesas terminaram em sexto, após derrota para Itália nas quartas de final.
Holanda
Uma das sedes do Mundial, a Holanda aposta no fator local para ganhar uma inédita medalha, que escapou em 2018, quando as holandesas perderam para a Sérvia, na semifinal, e para a China, na disputa do bronze, algo que também já havia ocorrido dois anos antes na Olimpíada do Rio. Campeã da Europa em 1995 e do Grand Prix, atual Liga das Nações, em 2007, a seleção holandesa é dirigida pelo ex-levantador Avital Selinger, vice-campeão nos Jogos de Barcelona.
As principais jogadoras são a levantadora Laura Dijkema, as pontas Anne Buijs, que atua no Praia Clube-MG, e Nika Daalderop e a oposta Celeste Plak. No último Campeonato Europeu, a Holanda ficou em quarto lugar.
Turquia
Outra candidata ao pódio é a Turquia. Apesar da pouca tradição em competições de seleções, o voleibol turco é muito forte em sua liga e tem dominado os principais torneios de clubes. Neste Mundial, a equipe treinada pelo italiano Giovanni Guidetti apostará na central Eda Erdem, 35 anos. A jogadora do Fenerbahçe foi o grande nome nas conquistas das medalhas de prata e bronze da Liga das Nações de 2018 e 2021, respectivamente, e de mais três pódios nas três últimas edições do Europeu.
Os grupos do Mundial de vôlei
- Grupo A - Holanda, Itália, Bélgica, Porto Rico, Camarões e Quênia
- Grupo B - Polônia, Turquia, República Dominicana, Coreia do Sul, Tailândia e Croácia
- Grupo C - Estados Unidos, Sérvia, Alemanha, Bulgária, Canadá e Cazaquistão
- Grupo D - Brasil, China, Japão, Colômbia, Argentina e República Tcheca
Regulamento
- Os quatro primeiros colocados de cada grupo avançam para a segunda fase.
- Na segunda fase, as seleções são divididas em duas chaves de oito equipes
- As equipes classificadas dos grupos A e D formam a chave E
- As classificadas dos grupos B e C formam o Grupo F
- Na segunda fase, as equipes que já se enfrentaram na etapa anterior não jogam entre si, carregando para a classificação os resultados da fase anterior
- Os quatro primeiros de cada grupo avançam para as quartas de final, com enfrentamentos dentro do mesmo grupo (1E x 4E, 2E x 3E, 1F x 4F, 2F x 3F).
- As semifinais serão com os dois sobreviventes de cada chave
Os jogos do Brasil na 1ª fase
24/09 - 15h30 - República Tcheca
26/09 - 13h30 - Argentina
28/09 - 10h - Col}ombia
30/09 - 14h15 - Japão
01/10 - 9h - China
* horários de Brasília