
O Super Bowl 56 é uma prova da frequente renovação que marca o modelo de gestão da NFL, a liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos. As ferramentas propostas pela liga, como o teto salarial e o draft na ordem inversa à classificação da temporada anterior, implicam no fato de que é praticamente impossível se manter no topo por muito tempo, mas também é difícil passar muitas temporadas em baixa. Los Angeles Rams e Cincinnati Bengals, que passaram por reconstruções recentemente, são os exemplos da vez — e de maneiras completamente diferentes entre si.
Rams, com a agressividade
O Los Angeles Rams iniciou o processo de construção deste time em 2017, quando contratou o técnico Sean McVay — à época com 30 anos, o treinador mais jovem da história recente da NFL. Naquele momento, o time não tinha mais vitórias do que derrotas em uma temporada desde 2003 e havia passado há um ano pelo processo de realocação de St. Louis para Los Angeles. Com McVay, os resultados viraram imediatamente. Desde então, foram recordes positivos ano após ano, com direito a uma aparição no Super Bowl — ainda que com derrota para o New England Patriots — na temporada 2018.
Para isso, o Rams não teve medo de investir. A escolha de primeira rodada mais recente é a de Jared Goff, em 2016, e a próxima que não está comprometida é apenas a de 2024. Neste período, o time enviou escolhas futuras para adquirir Goff, trocou por Brandin Cooks (que não está mais no elenco), Jalen Ramsey e, na última intertemporada, envolvendo o próprio Goff, pelo quarterback Matthew Stafford. Durante a temporada atual, ainda trocou escolhas de segunda e terceira rodada pelo defensor Von Miller e assinou com Odell Beckham logo após ele ter sido cortado pelo Cleveland Browns. A outra grande estrela é o defensive tackle Aaron Donald, o defensor mais bem pago da história da NFL.
Bengals, com o conservadorismo
Enquanto o Rams não tem medo de investir capital presente e futuro no time desta temporada, o Bengals construiu o elenco de uma maneira bem mais convencional, utilizando o draft como a base de sustentação da equipe e fazendo apenas movimentos pontuais para contratar jogadores de fora. Não é coincidência que o Rams é o sexto time com mais dinheiro comprometido para 2022, em US$ 172 milhões, enquanto o Bengals é o mais barato, com US$ 110 milhões.
Com campanhas negativas nos últimos cinco anos e sem vencer um jogo de playoff desde a temporada 1990 antes da campanha atual, o Bengals teve à disposição uma sequência de escolhas altas no draft — inclusive a primeira geral de 2020 por ter tido a pior campanha da NFL em 2019, o que permitiu selecionar o quarterback Joe Burrow na primeira rodada e o recebedor Tee Higgins na segunda. Em 2020, com a lesão de Burrow, o time novamente ficou entre os piores. A quinta escolha permitiu a seleção de Ja'Marr Chase, que já havia jogado com Burrow no nível universitário por LSU.
Para 2021, a comissão chegou a correr riscos, mas o Bengals optou por manter Zac Taylor — que era assistente de McVay no Rams antes de virar head coach em Cincinnati —, e a decisão deu bons resultados. O salto de qualidade dos jovens do ataque se somou a alguns investimentos no mercado para a defesa, com as contratações de Trey Hendrickson, Chidobe Awuzie, Trae Waynes e Mike Hilton.
Serviço do jogo:
Super Bowl 56, SoFi Stadium, em Inglewood (região metropolitana de Los Angeles)
Horário: 20h30min (de Brasília)
Na TV: ESPN2 e RedeTV! anunciam transmissão
Acompanhe: o Instagram @esportesgzh fará a cobertura do jogo