Quem acompanhou o clássico uruguaio entre Nacional e Peñarol na noite de quinta-feira (15), vencido por 2 a 1 pelo time aurinegro, pela ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, provavelmente se espantou com D'Alessandro no banco de reservas. Contratado com pompas pelo Nacional no início da temporada, com direito à camisa 10, o argentino tem sido o 12º jogador do time comandado por Alejandro Cappuccio.
Aos 40 anos, o ídolo do Inter soma 16 jogos com a camisa do clube uruguaio. Foram três apenas como titular, e um atuando durante os 90 minutos. Passou 653 minutos em campo — média de pouco mais de 40 minutos por partida. Até agora, nenhum gol marcado e nenhuma assistência para que um companheiro marcasse. Ainda assim, a avaliação sobre o meio-campista tem sido positiva.
— Ele está indo bem. Sempre é um dos melhores do time quando entra em campo — relata o jornalista Nicolas Saul, da Rádio Fénix.
Até agora, foram 10 jogos pelo Campeonato Uruguaio, quatro pela Libertadores — da qual o Nacional foi eliminado na fase de grupos —, um pela Copa Sul-Americana e um pela Supercopa do Uruguai. Este, aliás, foi seu primeiro título com a camisa azul e branca, com a vitória por 2 a 0 sobre o Montevideo Wanderers. Neste jogo, D'Ale iniciou como titular, mas foi substituído aos 16 minutos do segundo tempo para a entrada de Emiliano Martínez.
— D'Alessandro, ainda que não tenha feito gols, tem tido boas atuações. Nenhuma naquele altíssimo nível que vimos no Inter e no River Plate anos atrás, mas temos que considerar a sua idade também. Ele foi uma boa contratação do Nacional e não é considerado como titular porque o treinador utiliza uma estilo mais intenso, mais marcador e que usa muito a bola longa para o Bergessio (centroavante), mas a chegada dele foi muito positiva para a equipe — destaca o repórter Fabri Arancet, da rádio 1010 AM.
Nos últimos 12 jogos do Nacional, D'Alessandro entrou em todos no segundo tempo. Por isso, é considerado o 12º jogador do time. Tem tido a missão de reter mais a bola quando a equipe tem vantagem ou dar velocidade com passes longos e qualidade na bola parada quando o time precisa ir em busca do gol.
— Sempre que ele entra dá ao Nacional uma pausa, uma claridade no jogo, com bom domínio de bola e bons passes. Acho que tem sido muito positivo o que fez até agora com a camisa do Nacional. Em particular no clássico, ele não foi bem como toda a equipe não foi bem. O Peñarol foi melhor do minuto um até o 90 — ressalta Arancet.
Para que a torcida colorada possa vê-lo em campo outra vezes, já que o Campeonato Uruguaio não tem transmissão pela TV para o Brasil, somente às 21h30min da próxima quinta-feira, no jogo de volta das oitavas da Sul-Americana entre Nacional e Peñarol, no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu. Para avançar às quartas de final, a equipe de D'Ale precisa vencer por dois gols de diferença ou pelo mesmo placar da ida para tentar a classificação nos pênaltis. E não se assuste: ele deverá entrar só no segundo tempo.