A volta de 30% de ocupação nos estádios na série A do Brasileirão, como autorizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), não deve ocorrer em breve no Rio Grande do Sul. O governador Eduardo Leite, em transmissão via redes sociais, afirmou nesta quinta-feira (24) que "não trabalha com perspectiva de retorno".
De acordo com Leite, há diálogo com organizadores de espetáculos e shows no sentido da liberação de público em eventos, o que pode ter influência, no futuro, no futebol.
— Naturalmente, a discussão dos protocolos para audiências em eventos também pode vir a se desdobrar com a presença de torcida nos estádios, mas é algo que a gente vê mais para a frente. Não vemos perspectiva de um retorno, no curto prazo, das torcidas aqui no Rio Grande do Sul — declarou o governador.
Apesar de falar que não pretende liberar em curto prazo, o governador não estabeleceu datas em sua fala. Ele adiantou, no entanto, que pode apresentar, na primeira semana de outubro, protocolo para shows e atividades culturais após conversa com os setores - mas não detalhou se isso refletiria imediatamente nas torcidas.
Outros Estados brasileiros, como São Paulo, também já adiantaram ser contrários.
A posição do governo Leite é a mesma da prefeitura de Porto Alegre. O Executivo municipal já adiantou que é "prematuro" liberar 30% da capacidade nos estádios, ainda que haja estabilidade na ocupação de leitos e na curva epidemiológica. O Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus da Capital calculou que, conforme o estudo da CBF, seriam cerca de 15 mil pessoas em cada estádio.
A posição da CBF
Na terça-feira (22), embasado no estudo da CBF, o Ministério da Saúde informou que a abertura deve ser para até 30% da capacidade dos estádios, podendo ter o limite aumentado posteriormente conforme decisão do gestor local.
A autorização foi dada pelo próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por meio de ofício encaminhado ao presidente da CBF, Rogério Caboclo. A CBF defendia que a liberação deve ser feita de maneira uniforme em todo o Brasil, o que não deve ocorrer após a manifestação de governadores e prefeitos.