Do surgimento no Maringá (PR) ao término precoce da carreira no Vasco, Everton Costa, 34 anos, teve apenas oito temporadas de futebol profissional. Com 20 anos, o paulistano chegou ao Estádio Olímpico. Seu grande momento foi na Libertadores de 2007, quando, na fase classificatória marcou um gol em cima do Cerro Porteño, do Paraguai, e levou o Grêmio às oitavas de final.
Sem conseguir se firmar, o atacante peregrinou por Paulista, de Jundiaí, Fredrikstad, da Noruega, e Caxias. No time da Serra, fez um bom Campeonato Gaúcho em 2010 e foi anunciado como reforço do Inter, que, naquele momento, estava envolvido com a Libertadores. Everton integrou o grupo bicampeão da América. Dos 14 jogos, participou de três, entrando no decorrer dos confrontos, sem nunca ter sido titular.
Pouco tempo depois, Everton partiu para o Bahia. A partir de então, retoma passagens curtas por muitos times em pouco tempo: Coritiba, Caxias, Santos e Vasco.
É no time de São Januário que, durante o confronto contra o Resende pela Copa do Brasil, em 2014, Everton sofre um grande susto. Ele começou como titular e saiu aos seis minutos do segundo tempo depois de receber uma pancada na cabeça. Algum tempo depois, Douglas fez o gol da vitória e da classificação em cobrança de pênalti, mas mal foi possível comemorar. Everton passara mal no banco e desmaiara. Foi levado de ambulância para um hospital da região. E o que aconteceu lá dentro só virou público tempos depois.
— Eu convulsionei. Tive morte súbita. Fui reanimado na ambulância – esclareceu Everton, na época.
O jogador teve uma arritmia cardíaca causada pela inflamação do músculo do coração. Ele não sabia, mas era portador de doença de Chagas, uma patologia crônica (que pode durar a vida inteira) causada pela picada de um inseto (o barbeiro) ou pela ingestão de alimentos contaminados com as fezes do parasita. Por algum tempo, ele confiou que poderia voltar a jogar. Treinou naquele ano ainda no Vasco e no Coritiba. Fez novos exames, mas, em fevereiro de 2015, oficializou sua aposentadoria.
Desde então, realizou cursos de treinador e analista de desempenho. Em 2018, trabalhou na captação de jovens jogadores para as categorias de base do Coritiba.
— Fiquei um ano no Coritiba, mas tive de vir embora. Voltei para a casa, para ajudar minha esposa, que estava sobrecarregada — descreve o ex-atleta, que hoje vive em Charqueadas, a 50 quilômetros de Porto Alegre.