
O Ministério Público Federal (MPF) realizou nesta quarta-feira (18) uma denúncia contra o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, por suspeita de compra de votos para a escolha do Rio como sede das Olimpíadas 2016.
Segundo o MPF, Nuzman teria cometido os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Já Cabral foi denunciado por corrupção passiva.
Outros alvos são empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", por corrupção ativa, e o ex braço direito de Nuzman, Leonardo Gyner, por corrupção passiva e organização criminosa. Na denúncia, também são citados os membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI), Papa Massata Diack e Lamine Diack, por corrupção passiva.
Preso no Rio desde 5 de outubro, Nuzman teve prisão preventiva decretada pelo juiz Marcelo Bretas por intermediar o pagamento de propina para que o Rio fosse escolhido sede dos Jogos 2016. Embora negue as acusações, o ex-presidente renunciou à presidência do COB após 22 anos no cargo.
O decorrer das investigações da Operação Unfair Play (um dos desdobramentos da Lava-Jato) mostra que Carlos Arthur Nuzman ampliou em 457% seu patrimônio nos últimos dez anos. Porém, a declaração de seus rendimentos não está indicada de forma clara.
Durante cumprimento de mandato de busca e apreensão ocorrido em setembro, foi achada uma chave de banco suíço. Além disto, Nuzman declarou, por meio da Retificação Federal, que detinha 16 barras de ouro (cada uma, com peso de um quilo) no exterior. O valor de todas as barras soma R$ 2.072.960,00.