Um momento diferente e raro para o Juventude na Série B após o término da 17ª rodada. Desde a terceira partida do campeonato, os comandados de Gilmar Dal Pozzo estavam no G-4, a zona de classificação à Série A. Só que a derrota na sexta-feira por 1 a 0 para o América–MG, no Alfredo Jaconi, combinada com a vitória do Vila Nova-GO, sábado, colocaram a equipe na quinta colocação da tabela. Além de deixar as quatro primeiras posições, preocupa também o rendimento do time nas últimas partidas. São cinco jogos sem vitória e um desafio: não deixar o psicológico do time atrapalhar dentro de campo.
Foi um fim de semana de treinamentos, mas sem movimentações táticas para quem enfrentou o Coelho. No sábado, os reservas tiveram um jogo-treino contra o Cruzeiro-RS e perderam por 1 a 0, enquanto os titulares realizaram um treino regenerativo. No domingo, apenas corrida na volta do campo e trabalhos no vestiário do Jaconi. O zagueiro Micael, que segue como titular, entende que é necessário pensar o momento além dos treinos:
– O principal talvez seja uma conversa agora, colocar a cabeça no lugar. Vamos muito focados. Temos que ter muito equilíbrio, muita sobriedade. De repente, uma conversa ou acertar esses detalhes em relação ao psicológico seja até mais importante do que propriamente a parte dentro de campo.
Resgatar a confiança para o time voltar a vencer
Para quem trabalha no dia a dia com a psicologia do esporte, as reações em grupos de atletas têm características similares. Segundo a psicóloga Claudia Antunes, que realiza trabalhos com atletas e equipes, a insegurança pela sequência de resultados negativos é um problema que pode afetar o desempenho do time em campo.
– Quando o atleta já entra inseguro, acaba jogando a toalha muito fácil e não consegue reagir. Uma equipe que apresenta dificuldade de apresentar resultado, além de problemas estratégicos, com certa desestabilização emocional – avalia.
Nas últimas cinco partidas, o Ju levou sete gols somente no primeiro tempo, como na derrota da sexta-feira passada. O zagueiro Micael entende a necessidade de todos estarem atentos:
– Concentração no início do jogo é importantíssimo. A gente tem que saber que para sair dessa situação não é um ou outro. É todo mundo estar ligado.
Claudia entende que a preocupação por não perder acaba gerando esse tipo de situação:
– O medo da derrota pode criar desconcentração, principalmente em equipes que se sentem pouco confiantes.
Para Claudia, o treinador é o personagem para a mudança:
– O técnico, quando percebe que há um fator emocional, tem que ter condição de entender o que acontece com seus atletas e propor espaços para que possam falar sobre o que sentem.