Érika Miranda é, ao lado da jovem Nathália Brígida, a nova aquisição do já estrelado grupo de judocas da Sogipa. Natural de Brasília, a atleta de 29 anos cita a força da equipe feminina do clube como um fator importante para sua transferência a Porto Alegre.
Três vezes medalhista em Mundiais (com uma prata e dois bronzes), campeã dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, Érika ainda lambe as feridas da derrota na decisão do bronze nos Jogos do Rio. Agora, foca em objetivos de curto prazo enquanto busca informações com os colegas sobre a Capital.
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O que motivou a decisão de vir para a Sogipa?
A Sogipa é uma referência em nível nacional. Está igualada a todos os grandes clubes e tem o diferencial de que o feminino é sempre muito forte. Vem crescendo a cada ano, cada dia mais. Para mim, que vou fazer parte da equipe, é uma honra muito grande. Apesar de já ter conquistado alguns resultados, vejo que ainda posso melhorar.
Qual é seu planejamento para o próximo ciclo?
Já estamos em 2017, mas o final da Olimpíada ainda é muito recente. Tive um período de descanso e não estou pensando especificamente em Tóquio-2020. É importante viver cada passo da melhor maneira possível. Meu foco total, neste ano, é o Mundial em Budapeste. Espero conseguir a medalha de ouro que está faltando, já bati na trave algumas vezes. Vai ser uma combinação perfeita, porque a Sogipa tem uma tradição muito grande de campeões mundiais. Talvez seja esse o elemento que falta (risos). Depois do Mundial, meus planos são mais a curto prazo.
Você tem procurado informações sobre Porto Alegre?
Eu já fui a Porto Alegre, mas não conheço muito da cidade. A Maria (Portela) e o (Felipe) Kitadai estão tentando me informar o máximo possível de tudo. Vou ter um pouco de surpresas ainda, me habituar. Mas acho que os gaúchos devem ser bem receptivos, estou contando com isso (risos).
Preparada para o frio?
Não sei. Já morei em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, e passei algum frio (risos). Não sei o que me espera, mas já me disseram que é bem pesado, né?
É bem mais frio do que Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
(risos) Ai, meu Deus.
Como foram esses meses após a Olimpíada? Ficou um gosto amargo da derrota tão perto da medalha?
Passaram muitas coisas pela cabeça nestes meses. Realmente, estou há muitos anos tentando entender o que é o sentimento olímpico, como é a competição. Não tem uma resposta. Todas as pessoas que chegam ali têm capacidade de subir no pódio. Claro que há alguns com mais probabilidade de vencer, mas isso não é garantia de nada. Nesse pós-Olimpíada, coloquei na minha cabeça que quero planejar tudo a curto prazo. Quando você almeja objetivos que estão muito longe, acaba tendo decepções no meio do caminho e isso pode colocar o trabalho a perder. Descansei bastante, fiquei perto da minha família, que sofre também. Dei um tempo para mim mesma. Passei muito tempo focada em Jogos Olímpicos, em conseguir o resultado e ele não veio. Tentei descansar minha cabeça. Virou o ano e me sinto renovada, com clube novo, parcerias novas. Isso dá motivação para fazer o melhor todos os dias.
* ZH Esportes