Foi tão injusta e traumática a saída de Falcão do Inter que nem se chegou a cogitar a sua contratação nesta hora de crise. Porém, mesmo que pareça surpreendente, a direção colorada tomou uma excelente decisão. Falcão é o cara. Tem ótimas idéias, identificação com o Inter, apreço da torcida e terá, certamente, o apoio dos jogadores.
Desde que deixou o Inter, Falcão somou mais experiência em clube e fez um bom trabalho no Sport. Como está em Porto Alegre, conhece o elenco colorado e chega sabendo o que deve fazer. Falcão sabe que o Inter não atravessa momento para arroubos ofensivos. Para enfrentar o Palmeiras, por exemplo, precisará de prudência. Falcão sabe disso.
Falcão, quando jogava, costumava se deprimir nas derrotas. Lembro que a dona Azize, sua mãe, costumava dizer que nestas ocasiões Falcão não comia e preferia ficar recolhido ao seu quarto. O tempo passou e a paixão de Falcão não mudou. Embora seja um profissional disponível para trabalhar em qualquer clube, ele ainda é um torcedor do Inter.
Quando foi dispensado pelo Inter, tinha organizado a equipe que já estava funcionando dentro de padrões modernos e universais. O seu clube do coração não foi capaz de entender como, frequentemente, não compreende os seus ídolos. Seria desejável que nesta volta ele pudesse contar com todo o respaldo que a hora exige. Se houver uma força única entre o vestiário, os gabinetes diretivos e a torcida, Falcão poderá encontrar o caminho da reabilitação. Mas, indispensável lembrar, Falcão não faz milagres. E o time do Inter é carente, muito.