Área de esportes da Capital deve ser reaberta na segunda-feira

Quem entra no ginásio poliesportivo do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete) e fixa o olhar no piso da estrutura encravada no bairro Menino Deus, bem poderia imaginar que Porto Alegre foi assolada por um terremoto, não por uma tempestade. Empenados a 30cm, 40cm do chão, quatro cordões de tabuão trazem à lembrança os estragos causados por abalos sísmicos de grandes proporções, desses que costumam devastar cidades do Chile, da Califórnia, do Japão.

A quadra de madeira danificada do ginásio é a face mais visível dos danos provocados pelo vento de quase 120km/h que atingiu a Capital na noite de sexta-feira. Mas não é a única. Cerca de cem metros quadrados do teto ficaram descobertos, tabelas de basquete acabaram jogadas ao chão, janelas basculantes restaram quebradas e, não menos impressionante, a porta dupla de ferro da entrada do prédio, com cadeado e correntes, foi arrancada pela força da tormenta.

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Desde sábado, o Cete está interditado. Em visita nesta quarta às instalações, o secretário estadual de Turismo, Esporte e Lazer, Juvir Costella, estimou que as pistas de atletismo e alternativa deverão ser reabertas na segunda-feira para os 3 mil frequentadores que costumam fazer exercícios físicos diariamente no local. O secretário explicou que a espera é necessária por uma questão de segurança. Embora não tenha ocorrido maiores estragos nas duas pistas - a de corrida e a de caminhada, esta com 530m de extensão -, há dois pontos com cabos de energia rompidos dentro do terreno. O temor é que usuários desavisados possam sofrer uma descarga elétrica fatal.

- Já entramos em contato com a CEEE, e amanhã (esta quinta) técnicos da companhia devem fazer os reparos necessários. Na sexta-feira, um mutirão com equipes do DMLU, da Guarda Municipal, dos Bombeiros e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente entrará em ação para remover galhos e telhas - disse Costella.

Prejuízo estimado em toda a área do Cete chega a R$ 1 milhão
Já o prazo para colocar o ginásio novamente à disposição do público é bem mais longo. A expectativa é de pelo menos 60 dias para pôr a casa em ordem. Técnicos da Secretaria de Obras avaliaram em R$ 500 mil os prejuízos no espaço - em toda a área, as perdas chegam a R$ 1 milhão.

- Já abri um processo emergencial (procedimento que dispensa licitações para tomada de preços e execução de serviços) para obras de recuperação do telhado, da rede elétrica e do piso do ginásio - afirmou o secretário.

O ginásio, a rigor, já estava fechado para pequenas reformas. A ideia seria reabri-lo em março, com a retomada do ano letivo. Cerca de mil crianças são atendidas pelo Cete, que oferece a prática de 25 modalidades esportivas em seis centros considerados de excelência.

*ZHESPORTES