O clima esquentou nesta manhã na Ressacada. Em entrevista coletiva para comentar a crise financeira pela qual passa o Avaí, o presidente Nilton Macedo Machado e o diretor de esportes Marcelo Gonçalves tiveram de rebater críticas de cerca de 10 integrantes da torcida organizada Mancha Azul. Com acesso livre à sala de imprensa do estádio, o grupo protestou com narizes de palhaço e foi ouvido pelos dirigentes.
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Gonçalves foi mais receptivo aos pleitos dos torcedores, que se queixaram da suposta ausência do presidente Nilton Macedo Machado do dia a dia do clube e da falta de "apoio" da diretoria à Mancha Azul, que teria tido de viajar para jogos no ano passado sem o financiamento da diretoria.
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- Gostaria de reafirmar com a Mancha o meu compromisso de nos reunirmos uma vez por mês. Para que eu possa ter o feedback de vocês em relação ao nosso trabalho e que possa ouvir sugestões não só de vocês, como de qualquer torcida organizada e de qualquer torcedor. É um dever nosso - afirmou o diretor de esportes ao grupo que assistia das cadeiras à coletiva.
Antes de a entrevista começar, com quase meia hora de atraso, Gonçalves conversou com os torcedores do lado de fora. Pouco depois, eles entraram na sala de imprensa e estenderam uma faixa com os dizeres "Renúncia já. Fora Nilton e Batistotti", em referência, respectivamente, ao presidente e ao vice do clube.
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Os dirigentes reclamaram da postura e os integrantes da Mancha Azul retiraram a faixa e arremessaram bananas em protesto. O principal alvo foi Nilton, que negou mais uma vez que vá deixar o cargo e tratou de amenizar:
- Não sei por que de repente criaram essa animosidade comigo. Sempre tivemos uma boa relação.
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Enquanto o presidente e o diretor de esportes tratavam de explicar aos jornalistas a situação financeira do Avaí, foram interrompidos várias vezes pelos torcedores organizados, que ao fim negaram o aperto de mão de Nilton Macedo Machado e entoaram cantos na sala de imprensa. Quando ele deixava a sala de imprensa, ouviu de um torcedor organizado que sairia do clube "por bem ou por mal" e retrucou que, se isso fosse uma ameaça, registraria boletim de ocorrência a respeito.
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Sobre as dificuldades enfrentadas pelo clube, Nilton reiterou que está atrás da regularização de salários atrasados de funcionários e para quitar dívidas com atletas que deixaram o clube.
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- Estamos negociando percentuais de atletas para que possamos suprir isso (dívidas), porque a questão fiscal está regularizada. No lado trabalhista fizemos uma petição ainda ontem (terça-feira) para a manutenção e redução do valor que se deveria pagar. Entraram cinco ações trabalhistas quando houve rescisão indireta de contratos de atletas. Nos demais casos estamos fazendo acordos para evitar reclamatória e aumento do valor. Não há nenhum ato que se possa usar para questionar a validade jurídica de contratos - explicou o presidente avaiano.
Uma das fontes para ajudar a quitar os compromissos, no entanto, pode não se confirmar. Nilton Macedo Machado revelou que, em função de problemas referentes à certidão negativa do clube, necessária para a renovação do contrato com a Caixa Econômica Federal, o banco pode deixar de patrocinar o clube neste ano. Por isso, a diretoria tenta fechar outros patrocínios.
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O presidente ainda garantiu que parte do pagamento dos salários atrasados deve começar nesta semana.
- Claro que existe a crise financeira que afeta as pessoas, nossos colaboradores. Pensa que eu consigo olhar o servidor que sei que o salário dele atrasou? Eu não. Eu tenho vergonha disso - completou Nilton.
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*DIÁRIO CATARINENSE
Clima esquentou
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Com narizes de palhaço e cartazes, grupo de torcedores foi ouvido por dirigentes
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