Não se trata de acreditar em uma ou outra religião. Mas, de onde estiver, José Carlos Frank está orgulhoso do seu garoto. Afinal, foi o pai o grande incentivador, o espelho, o exemplo que fez com que Tiago Frank encontrasse no esporte o caminho para a carreira. Agora, com 32 anos, o profissional, formado em Educação Física, assim como o progenitor, vive um momento especial. Ele se prepara para o grande desafio de comandar a seleção brasileira masculina de basquete em cadeira de rodas na Paralimpíada do Rio em 2016.
Seu José Carlos morreu quando Tiago tinha 17 anos e ingressava na universidade. Um baque momentâneo, período de incertezas, difícil para toda família. Momento que foi encarado como um combustível extra pelo treinador caxiense que transformou em realidade o objetivo de seguir os passos do pai.
- O pai sempre foi uma pessoa bem vista, tinha muitos amigos. E essa ética, a postura, os valores pregados por ele são os que me acompanham até hoje. Amo o basquete e quero honrar os ensinamentos dele. Eu era muito próximo, ele era meu herói - resume o técnico.
A ligação de Frank com o basquete vem ainda dos tempos de escola, quando acompanhava a NBA, liga norte-americana, pela televisão. Pelo colégio Santa Catarina, disputou os Jogos Escolares na modalidade. Os quase dois metros de altura não apenas favoreciam como motivaram o apelido pelo qual é chamado pelos amigos até hoje: Farol.
O Farol do basquete e da música. O treinador é também o baixista da Velho Hippie. Nem ele mesmo sabe como encontra tempo para dividir as funções profissionais com a banda caxiense, ou o retiro espiritual, como prefere dizer.
- É o meu momento de desligar do resto do mundo - define Frank.
Se, nos acordes do baixo Tiago Frank encontra a tranquilidade, na família está o alicerce. Casado há sete anos com Franciele Granada, ele acredita que o apoio da mãe Gê Frank e dos irmãos Fabiano e Francine foram fundamentais para que ele possa estar comemorando o ótimo momento profissional:
- Minha mãe é a fã número 1. E como passei muito tempo fora de casa por causa dos jogos e da dedicação ao esporte, ter esse entendimento de todos é muito importante. Além de incentivarem, agora estão muito orgulhosos - destaca.
Ainda sem conseguir dimensionar a importância do fato de estar convocado para ser o treinador da seleção na Paralimpíada, Tiago Frank quer aproveitar cada minuto deste inesperado desafio com a seleção:
- É até estranho pensar a respeito. Só por estar convivendo com atletas de diferentes culturas já é um aprendizado. Foi uma surpresa e ganharei uma bagagem para toda a vida.
O sonho distante virou realidade. Agora é apenas seguir o trabalho e fazer a contagem regressiva até 7 de setembro de 2016, data da abertura dos Jogos Paralímpicos. Tiago representará não só Caxias do Sul. Ele levará ao Rio de Janeiro o legado dos Frank, uma homenagem ao Seu José Carlos.
Sonhos Olímpicos
Conheça a história de Tiago Frank, caxiense que estará nas Paralimpíadas do Rio em 2016
Técnico comandará a seleção brasileira masculina de basquete em cadeira de rodas
Maurício Reolon
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