As investigações do escândalo de corrupção da Fifa "ainda estão no primeiro tempo", mas "novas pessoas e entidades" já estão na mira da justiça americana. Pelo menos foi o que anunciaram os procuradores gerais da Suíça e dos Estados Unidos, nesta segunda-feira.
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Michael Lauber e Loretta Lynch aproveitaram o congresso de procuradores em Zurique, para divulgar um balanço conjunto do avanço das investigações, diante de 150 jornalistas.
Na coletiva, nada de revelações bombásticas. Os procuradores não quiseram citar nomes, mas deixaram claro que novos escândalos devem vir a tona nos próximos meses.
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- Os contornos da nossa investigação não são limitados, e ainda esperamos poder indiciar outras pessoas e organizações - explicou a procuradora-geral americana, que também se disse "esperançosa" de que os cartolas já detidos em Zurique sejam extraditados para os Estados Unidos.
O brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, continua preso na Suíça, aguardando a decisão da justiça local sobre o pedido de extradição dos americanos. Até agora, apenas um dos detidos de Zurique aceitou a extradição, Jeffrey Webb, ex-vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf.
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No total, 14 pessoas foram indiciadas, nove altos dirigentes da entidade e cinco empresários do ramo do marketing esportivo.
Quando foi perguntada se Blatter também será ouvido, Lynch preferiu usar o humor para desviar o foco ao afirmar que "não está a par do cronograma de viagens" do suíço de 79 anos.
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Lauber revelou, por sua vez, que "ativos financeiros foram apreendidos, inclusive apartamentos nos Alpes Suíços". "Investimentos imobiliários podem ser usados para lavar dinheiro", explicou o procurador, antes de ressaltar que foram registradas movimentações suspeitas em 121 contas bancárias do país.
O procurador saudou a colaboração dos bancos, que "cumprem suas obrigações, mas explicou que "ainda é cedo para divulgar o montante exato dos ativos apreendidos".
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- Prefiro não dar essa informação por motivos táticos - justificou.
Lauber divulgou apenas um número: 11 terabytes. Trata-se da enorme quantidade de dados informáticos apreendidos, que levou o procurador a utilizar uma metáfora futebolística.
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- Este caso demorará muito mais do que 90 minutos. Não estamos nem perto do intervalo entre o primeiro e segundo tempo. Estamos procurando meios de acelerar o processo, mas temos muita informação para processar - admitiu.
Lynch compartilha uma esperança com Lauber:
- Queremos que todas as pessoas envolvidas no futebol, este belo esporte através do qual ensinamos o fair-play às nossas crianças, se comprometam em reformar e respeitar as regras do jogo - declarou.
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*AFP
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