Alexandre Limeira: o Gre-Nal de todos

Como definir a sensação de um torcedor na manhã de domingo esperando o Gre-Nal, a ansiedade pré-jogo tão comum e presente que é verso da famosa canção sobre Porto Alegre? Como explicar para alguém de fora do Rio Grande o que significa a vitória num clássico? É um campeonato a parte e é até mais que isso, ao ponto que a definição mais certeira acaba sendo a célebre: "Gre-Nal é Gre-Nal".

É uma rivalidade única, recheada de fatores próprios e uma rica história, na qual cada jogo tem a sua a ser lembrada. Como é o caso do clássico desse domingo, um jogo que antes do apito inicial já tem escrita linhas que serão memória e referência para o futuro de Internacional e Grêmio. Vamos lembrar do Gre-Nal em que torcedores de ambos os times puderam chegar juntos, compartilhar um mesmo espaço no estádio. Porque é preciso ficar claro: existe rivalidade sim, mas ela não pode ser confundida e tratada como sinônimo de violência. É assim que a imensa maioria deseja e então é assim que precisamos, todos, demonstrar através de gestos.

Tivemos no ano passado o exemplo deixado pela Copa do Mundo da convivência harmônica entre torcidas, um legado que a Copa nos deixou. Copa que não passou pelo Beira-Rio, ela permanece no Beira-Rio. Precisamos manter vivo o espírito desta experiência. Quem sabe reviver a cena da imagem das torcidas de Holanda e Austrália caminhando rumo ao jogo? Assim, o Internacional pensou ao propor a torcida mista no Gre-Nal. Uma forma diferente de pensar a expectativa da chegada no jogo, mas também de estar lado a lado na arquibancada.

Porém não se trata unicamente de um setor destinado a 2 mil colorados e rivais. É o gesto de um colorado convidar um familiar ou um amigo torcedor do adversário para assistir junto, compartilhando as experiências e emoções do clássico. Uma proposta que os torcedores entenderam prontamente por isso o espaço destinado teve os ingressos esgotados. Isso sem deixar de garantir o espaço exclusivo das duas torcidas.

Domingo o Beira-Rio será novamente palco de mais história. O Gre-Nal de todos. Como se não bastassem os ingredientes da rivalidade dentro de campo, mostraremos ao mundo, mais uma vez, que nosso clássico é único e que pode servir de exemplo também na convivência das torcidas.

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