Gramados sintéticos há alguns anos causam polêmica ao serem utilizados em estádios de futebol. O Inter conquistou a Libertadores de 2010 contra o Chivas Guadalajara, no Omnilife, enfrentando além do adversário, o gramado artificial. No entanto, as desvantagens do piso sintético apareceram no Passo D'Areia.
Em 2011, o zagueiro Sorondo, então no Inter, rompeu os ligamentos joelho e ainda fraturou a clavícula no mesmo lance na vitória colorada sobre o São José, em 2011. Na época, foi destacado que o tipo de piso traz mais riscos de lesões ligamentares. Já no Gauchão de 2014, na vitória do São José sobre o Grêmio, em janeiro, o problema foi outro.
Sob forte calor, a temperatura do gramado beirou os 60°C, segundo alguns modelos de termômetros. O sol forte esquentou a borracha utilizada em pisos sintéticos e os jogadores utilizaram uma bacia de plástico com água e gelo para refrescar os pés.
O lateral-direito Tinga, hoje no Boa Esporte, foi quem mais sofreu. Na segunda etapa o jogador, que estava em campo pelo Grêmio, atuou mesmo com a formação de bolhas causadas pela alta temperatura do gramado.
Agora, o secretário-geral da Fifa, Jerômè Valcke sinaliza a utilização do gramado sintético na Copa do Mundo. Em declaração publicada no próprio site da entidade, onde Valcke defende a Fifa, acusada de machista por permitir a grama artificial somente no Mundial feminino, que será disputado no Canadá, em 2015.
"Pode ser mais cedo do que tarde que a Copa do Mundo masculina seja também jogada em campos artificiais”, afirmou Valcke, aventando a hipótese de uso da grama também na disputa masculina.
Atual melhor do mundo, a alemã Nadine Angerer, e outras jogadoras, incluindo a brasileira Marta, abriram um processo judicial no Canadá contra a Fifa e a Associação de Futebol do Canadá, acusando as entidades de discriminação contra as mulheres por organizarem o evento utilizando grama artificial, que segundo elas promovem riscos para a segurança das atletas.
"Não se trata de dinheiro ou de diferença de gênero, mas resultado das condições climáticas do Canadá", rebate Valcke.