Após o treino do Bahia nesta sexta-feira (29), no CT Parque Gigante, o técnico Gilson Kleina comentou a polêmica em torno dos atos racistas durante a partida entre Grêmio e Santos.
"Eu condeno, é óbvio. Acho que não tem que punir o clube, pois o clube não tem como monitorar todos os torcedores e ver o que o torcedor vai falar. Acho que tem que ser penalizado (os torcedores). É uma minoria da grandeza do Grêmio", acredita.
Kleina cobrou punições severas aos torcedores que cometem os atos e lamentou o fato do racismo estar enraizado na cultura de um país com povo miscigenado como o Brasil. Ele ressaltou os maus exemplos dados por torcedores e demais envolvidos com o jogo de futebol.
"No futebol, às vezes a gente se conforta com o fato de dizer que 'é cultural'. Independente de classe, entra-se no estádio de futebol e tudo pode. É só ficar ao nosso lado e ver o que somos xingados. O jogador, qualquer erro, eles falam o que vem à cabeça. E aí tá do lado do filho, da esposa, da mãe... Com o árbitro é a mesma coisa", disse.
O técnico comparou a partida de futebol com outras atividades. Disse que diferente de uma peça teatral, onde mesmo que o ator erra o texto o público aplaude, no jogo os erros são seguidos de vaias e xingamentos.
"Vamos ao cinema, tem regras. se vai ao teatro, se vai ao show tem regras. No futebol você externa o que pensa. Acho que o respeito e a educação é o que faltam nesse país e se deve investir em educação para que possamos ser um país diferente", disse.
O Bahia será o adversário do Grêmio, pelo Brasileirão, no próximo domingo (31), às 18h30. Antes, a equipe volta a treinar neste sábado, no CT Parque Gigante, quando Kleina deve encaminhar o time.
Ouça o que diz o técnico Kleina