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O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
O Ministério Público pediu a revisão da nomeação de Ricardo Jardim como secretário-adjunto de Educação na prefeitura de Guaíba. A recomendação é por Ricardo ser filho da vice-prefeita, Cláudia Jardim. O Executivo tem 10 dias para a revogação.
A decisão é do promotor de Justiça Fernando Cesar Sgarbossa, com a justificativa de que a apuração sobre o caso foi aberta no MP a partir da reclamação de cidadãos e da repercussão na imprensa local.
Aos 20 anos, Ricardo Jardim é estudante de Gestão Pública e, com 405 votos na eleição e 2024, é o primeiro suplente do PL na Câmara Municipal. Pela função de secretário-adjunto da Educação, cargo que ocupa desde janeiro, Jardim recebe um salário de R$ 12.019,45. No LinkedIn, onde mantém um perfil profissional, o jovem se declara fotógrafo de uma imobiliária e gerente comercial em uma agência de performance, funções que começou a ocupar em 2022.
Nas redes sociais, desde o início do ano, registrou apenas uma agenda pública relacionada à educação: uma visita na Escola de Educação Especial Prof. Lygia Morrone Averbuck, em Porto Alegre, com a equipe técnica da pasta.
À coluna, Ricardo Jardim disse que está "100% focado no funcionamento da secretaria" e que ainda não conversou a respeito da manifestação do MP com o prefeito, Marcelo Maranata, ou com a vice e sua mãe, Cláudia.
— Sou primeiro suplente do partido e durante minha campanha tinha projetos relacionados a educação, por isso a prefeitura entendeu que eu tinha capacidade de assumir a função.
Em nota, a prefeitura de Guaíba se limitou a dizer que a nomeação atende critérios estabelecidos pela legislação, e que irá analisar a recomendação do MP e se manifestar no prazo determinado.