
Velho Olímpico, agora tudo já está quase no fim. Agora, quase tudo terminou. As gavetas já estão limpas, os armários já estão vazios, a antiga casa será abandonada, implodida, posta abaixo. Falta só um jogo. Um só, de tantos, em tantos anos, um só e, justamente, o mais importante de todos: um Gre-Nal.
Um Gre-Nal.
Um Gre-Nal.
O que representa mais, para Grêmio e Inter, do que o Gre-Nal? No Gre-Nal está resumida a vida de colorados e gremistas. Tudo o que eles dizem ser, tudo o que eles acham que são, tudo o que eles pensam de si mesmos se afirma ou se esfarela no Gre-Nal. Tudo o que eles invejam, temem e odeiam no inimigo também se afirma ou se esfarela no Gre-Nal. Grêmio e Inter existem para o Gre-Nal. E, em menos de uma semana, o último jogo do velho Olímpico será um Gre-Nal.
Nada mais simbólico. Nada mais forte. Nada mais significativo para a história do velho Olímpico do que ser fechada num Gre-Nal. Nada do que aconteceu em 2012 será mais lembrado do que esse último jogo. A conquista do Gauchão pelo Inter, o possível vice-campeonato brasileiro do Grêmio, nada terá mais relevância do que esse Gre-Nal. Daqui a 20, daqui a 30, daqui a cem anos será contada a história do último Gre-Nal do velho Olímpico.
Velho Olímpico, velho Olímpico, lá se fez história. Lá, a história se fará. O Olímpico não definhará lentamente, não terá um fim silencioso, não morrerá na cama. Não. O Olímpico, velho Olímpico, foi sempre campo de batalha e na batalha encerrará seus dias. A maior das batalhas. Um Gre-Nal. Nada mais glorioso, velho Olímpico, do que tudo terminar num Gre-Nal.