
A uma semana do Brasileirão, o Inter prepara seu time, seu grupo, sua comissão técnica, sua direção e até sua torcida para acabar com a longa fila. Desde o título invicto de 1979, o time busca o tetra nacional. Bateu na trave com alguns vices, foram sete vezes em 45 anos. Algumas foram prêmios de consolação, como 2022, quando conquistou a maior pontuação de sua história, 73; outras foram dolorosas, como o gol impedido de Edenilson em 2020, contra o Corinthians, nos acréscimos. Agora, começa tudo de novo.
Em 22 edições de Brasileirão de pontos corridos, apenas clubes de São Paulo, Rio e Minas Gerais venceram a competição. A geografia tem influenciado bastante no resultado final, seja pelo maior poder aquisitivo ou pelas distâncias reduzidas. O fato é que gaúchos penam nesse formato.
Em 2025, o Inter ainda dividirá atenção com Libertadores e Copa do Brasil. As primeiras 11 rodadas do Brasileirão serão intercaladas com as demais competições. É preciso estar concentrado já nos jogos iniciais. Porque se tem uma lição que essas duas décadas ensinaram é: os pontos são os mesmos, em março ou em dezembro. Aliás, vale lembrar: o Brasileirão 2025 termina só a três dias do Natal, com intervalo de um mês durante o Mundial de Clubes.
A seguir, os quatro principais pontos de atenção do Inter para o campeonato.
O que fazer de diferente
A primeira situação que muda no Inter 2025 para os oito anos anteriores é um distensionanento inicial por conta do título gaúcho. A conquista, que impediu o octa do rival, deu leveza ao ambiente. E esperança em buscar troféus mais relevantes ainda nesta temporada.
— A régua é mais alta a partir de agora. Iniciar o ano com título nos dá confiança, traz o torcedor para perto. Mas não vamos nos acomodar, não estamos satisfeitos. Falamos no vestiário, da necessidade e da vontade de entregar mais. Esse grupo busca sempre mais — declarou o presidente Alessandro Barcellos.
Psicológico pela falta de títulos
Essa questão pode ter recebido uma atenuante. O troféu tira o peso de uma geração de jogadores que vinha jogando bem várias vezes mas não conseguia dar o salto. Depois da dificuldade em ganhar Gre-Nal, vieram as vitórias em sequência nos clássicos. Após a fila no Gauchão, veio o troféu. Para o psicólogo do esporte Pedro Sá, a hora é de superar os traumas e confiar no processo.
— O futebol é um dia após o outro, quanto mais do certo se faz, mais perto da vitória tu vai estar. Aparentemente o Inter do Roger vem acertando e talvez seja por encarar de frente todos os fantasmas talvez que se fugia em algum momento — aponta Pedro Sá.
Reforços
O Inter sabe que, para disputar as pontas de cima de Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, ainda falta grupo. Seja em qualidade ou em quantidade. Embora tenha boas opções em basicamente todas as posições, o clube entende a necessidade de buscar novas peças.
Lateral-direito e primeiro volante, para serem alternativas a Aguirre e Fernando, estão entre as prioridades. O clube sondou a situação de Mariano, 38 anos, lateral atualmente no América-MG. Ainda aguarda o desfecho.
Roger terá, a partir do começo do Brasileirão, seis jogadores que não pôde contar no Gauchão. Rochet, Bruno Tabata e Gabriel Carvalho passaram o Estadual se recuperando de lesão. Juninho, Diego Rosa e Óscar Romero foram contratados após o encerramento do período de inscrições.
Priorizar o Brasileirão
O começo do Inter no Brasileirão é, possivelmente, contra o melhor time do país, dentro da casa dele. A caminhada tem início diante do Flamengo no Maracanã. Esse jogo, porém, vale os mesmos três pontos do que qualquer outra das 37 partidas a seguir. É preciso entender isso.
As melhores campanhas coloradas foram obtidas após eliminações em Copa do Brasil e Libertadores (ou Sul-Americana). Desta vez, porém, a Libertadores pode dar um prêmio daqui a quatro anos, caso a Fifa mantenha o Mundial de Clubes, além da competição do final do ano. A Copa do Brasil foi o último troféu nacional erguido pelo clube, há 33 anos.
Também por isso, o discurso da direção é de tratar a temporada jogo a jogo. Completa Alessandro Barcellos:
— Não tem prioridade, queremos conquistar títulos. Fizemos um planejamento orçamentário para nos levar aos pontos mais altos delas. Durante o Gauchão, usamos 10 meninos oriundos da base. Temos um grupo de qualidade e quantidade expressiva que nos dão esperança de enfrentar bem o calendário.
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