
O papa Francisco receberá alta hospitalar neste domingo (23), confirmaram os médicos do Vaticano em coletiva de imprensa neste sábado (22). O religioso de 88 anos está internado há cerca de cinco semanas, tratando de problemas respiratórios agravados por uma pneumonia nos dois pulmões.
De acordo com os porta-vozes, o Pontífice será levado para Santa Marta, um palácio localizado ao lado da Basílica de São Pedro, onde ficará em repouso por dois meses. Segundo a Santa Sé, o Papa está curado da pneumonia.
— Quando achamos que era o momento certo para ele não ficar mais tempo no hospital do que o necessário, o Santo Padre aceitou. As melhoras são visíveis — disse um dos médicos.
No período em que ficou internado, Francisco passou por dois episódios considerados críticos, correndo risco de vida, informou o Vaticano.
Horas antes do anúncio, o Vaticano havia informado que, no domingo, o Papa acenaria e daria bênçãos da janela do Hospital Gemelli, em Roma. A saudação está mantida. Logo depois, Francisco vai deixar o centro médico.
— É uma maneira de ele se despedir do hospital.
Francisco não conduz a oração do Angelus desde 9 de fevereiro. Desde então, faltou à cerimônia por cinco semanas consecutivas, algo sem precedentes desde sua eleição em março de 2013.
— Ele ficou muito contente. Há três ou quatro dias, ele estava perguntando: "Quando eu volto para casa?" — relataram os médicos.
"Reaprender a falar"
O papa Francisco deverá "reaprender a falar", informou o cardeal Victor Manuel Fernández, chefe do escritório doutrinal do Vaticano, à imprensa europeia. A declaração foi feita na última sexta-feira (21), durante a apresentação de um livro de poesias, assinado pelo Pontífice.
De acordo com Fernández, Francisco encontra-se bem fisicamente. Contudo, a capacidade de fala do líder da Igreja Católica teria sido prejudicada pelo uso prolongado da terapia de oxigênio de alto fluxo.
— O papa está muito bem, mas o oxigênio de alto fluxo resseca tudo. Ele precisa reaprender a falar, mas sua condição física geral está como antes — declarou.
O cardeal ainda descartou as especulações de que o papa se aposentaria logo após deixar o hospital.
Ao longo das últimas semanas, o Vaticano divulgou apenas uma breve gravação de um depoimento, no dia 6 de março, em que o pontífice aparece falando com uma voz rouca e de baixa compreensão.
Cinco semanas de internação
Francisco foi hospitalizado no dia 14 de fevereiro, em decorrência de uma bronquite. Três dias depois, o Pontífice foi diagnosticado com um quadro de infecção polimicrobiana nas vias respiratórias.
No dia 22 de fevereiro, o Papa entrou em quadro "crítico". Francisco teve uma "crise respiratória asmática" e que o Papa precisou passar por transfusão de sangue.
Nos dias seguintes, a saúde do Papa foi mehorando aos poucos, conforme os boletins divulgados pelo Vaticano. No dia 6 de março, Francisco agradeceu as orações em uma mensagem de áudio.
— Agradeço de todo o coração as orações que vocês fazem pela minha saúde desde a praça, eu os acompanho daqui. Que Deus os abençoe e que a Virgem cuide de vocês. Obrigado — disse o Papa, com voz cansada e ofegante.
Já no dia 10 de março, os médicos decidiram retirar o prognóstico reservado em razão da melhora do religioso.
O Vaticano divulgou, no dia 16 de março, a primeira imagem do papa Francisco desde hospitalização. Na foto, o Pontífice, que reconheceu estar passando por "um momento de provação", aparece parcialmente de lado enquanto participa de uma missa.
"O papa Francisco concelebrou a santa missa na capela do apartamento do décimo andar do hospital Policlínico Gemelli", informou a Santa Sé na ocasião.
Dias antes da confirmação da alta, Francisco conseguiu passar noites sem utilizar máscara de oxigênio.
