
Eu acredito como todo torcedor acredita: porque a vida é acreditar. Esse é o primeiro ponto. E tem logo um segundo: porque precisamos de um título. Minha geração viveu a hegemonia do outro hepta do coirmão, nos anos 60, depois experimentou o céu dos anos 70, com o Octa, primeiro e até agora único, mais o Tri nacional.
Tão alta foi essa Era, que depois nos restava bater de cara no chão. Que tombo. E nós acreditando. Discretamente, claro, porque também não havia motivos para uma fé assim tranquila. Foram anos e anos de escassos motivos de alegria.
E aí veio o auge dos auges, as Libertadores, o Mundial, o Centenário do clube, uma sequência de alegrias que compensou a seca anterior. E agora essa seca nova, que parecia não ter fim.
Mas eis que correm os anos e surge o amanhã, que é hoje, com o Roger e uma direção que, mesmo tendo errado grande, encontrou um grande treinador, que combina com a história do clube, e está sabendo dar na mão dele um elenco que dá gosto.
Não é pelos 2 a 0 da semana passada: é pelo astral dominante, de trabalho e alegria, sem arrogância nem soberba, de experiência entremeada com a gurizada do Celeiro de Ases.
Torcedor é assim: sabe que tudo precisa começar de novo. Com um título estadual no capricho.