
O Inter pode conquistar seu 46º título gaúcho e pôr fim à seca que já dura oito temporadas. Para além disso, no Beira-Rio, às 16h deste domingo (16), o Colorado pode barrar também aquele que seria o octa estadual do rival — marca que, até então, só o lado vermelho do RS tem.
Mesmo insegura pelas eliminações em casa nos últimos anos, a torcida colorada lotará o Beira-Rio e tem motivos para acreditar que dessa vez será diferente, sem deixar a esperança escorrer pelas mãos. Não só pela importante vantagem — de dois gols — construída na Arena.
Por que acreditar?
Entrosamento e virtudes táticas

O Inter manteve para 2025 seu time-base da temporada passada. As principais peças ficaram. O corpo técnico é o mesmo há oito meses. Isso já difere o Colorado do Tricolor, que conta com titulares recém-contratados e uma comissão técnica em processo de adaptação ao futebol brasileiro.
Nos dois testes contra o time de Roger, a equipe de Quinteros apresentou dificuldades, empatando um e perdendo outro. A forma de jogar do técnico argentino dá protagonismo aos zagueiros na saída de bola. Uma forma de o Inter causar dificuldade para a saída de bola gremista, assim como já fez antes, estará em subir a marcação para cima dos defensores, impedindo que eles tenham espaço para progredir.
Banco qualificado
Alguns dos personagens da reação colorada em 2024 estão, atualmente, no banco. Wesley e Borré, por exemplo, retornaram do departamento médico recentemente e, ao que tudo indica, não começarão o clássico deste domingo.
Além deles, ainda há Rochet e Thiago Maia — o segundo ficou afastado por estar em negociações com o Santos, mas já foi reintegrado ao grupo e, segundo Roger, está "focado em ajudar" no título. Trata-se de dois "cascudos" que carregam parte da liderança do elenco colorado. Para além de suas qualidades técnicas, as experiências e influências deles agregam a equipe nesta importante decisão.
Consciência da vantagem

"Pé no chão" foi uma expressão usada por alguns colorados, de dentro e de fora do clube, após o placar de 2 a 0 na ida da final do Gauchão, em plena a casa do rival. Qualquer tipo de discurso sobre as finais passam longe do famigerado "salto alto":
— É uma vantagem importante, é um resultado grande na casa do rival, na final de um campeonato, só que ainda tem o "segundo tempo da decisão", e a gente respeita muito a qualidade do nosso adversário. Pelo contexto da disputa, a gente sabe que o campeonato está aberto — afirmou Roger após o jogo na Arena.
Fernando também demonstrou tranquilidade e motivação para que o Inter tenha um final feliz, junto de sua torcida, no Gauchão 2025:
— A vantagem se desfaz. Da mesma forma que a gente ganhou aqui, eles podem ir lá e conseguir o resultado também. É uma equipe muito qualificada. A gente respeita o Grêmio. Vamos tentar fazer um grande jogo, independentemente do resultado, e tentar sair com o título. É o que queremos.
Fora das quatro linhas
O ambiente colorado mudou após a chegada de Roger Machado, o preparador físico Paulo Paixão e, posteriormente, ao retorno do ídolo D'Alessandro, agora como diretor esportivo. Três figuras experientes e que conhecem muito bem o ambiente porto-alegrense e gaúcho, acima de tudo o clássico Gre-Nal.
Não a toa o Inter chegou a 16 jogos de invencibilidade, com 12 vitórias — uma delas, inclusive, contra o Grêmio — e quatro empates no ano passado. Campanha essa que proporcionou ao time um salto no Brasileirão, saindo da parte de baixo da tabela para a zona de classificação à Libertadores.
Desde então, o time não oscilou mais tanto como vinha sendo com outros técnicos. E, por mais que ainda não tenha ocorrido um teste decisivo em casa, a fama de que o Beira-Rio "prejudicava" o Inter após eliminações parece estar se esvaindo, com imensa sinergia com a arquibancada, e pode ser terminada justamente contra o maior rival.
Produção: Leo Bender
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