A imagem do presidente Alessandro Barcellos com outros integrantes da diretoria nas arquibancadas do Estádio Jocay, comemorando o gol de Wesley, que abriu o placar na vitória do Inter sobre o Delfin, nesta quinta (25), chamou atenção e despertou curiosidade nas redes sociais, assim como a baixa presença de torcedores do time gaúcho. Cerca de 20 pessoas ocuparam o setor de visitantes. GZH buscou informações e chegou a três motivos que explicam o esvaziamento da arquibancada colorada em Manta.
O primeiro deles é de se tratar de um jogo apenas de terceira rodada da Copa Sul-Americana, que está atrás do Brasileirão e da Copa do Brasil em relação à importância na temporada. A partida não era decisiva para a continuidade do time de Eduardo Coudet na competição.
Além disso, o clube vê a ausência de consulados em Manta e em cidades próximas como outro fator que contribuiu para a presença de poucos colorados. O terceiro motivo é o alto custo das passagens aéreas e o deslocamento de ônibus, que torna a viagem muito demorada.
A delegação do Inter, por exemplo, viajou em voo fretado em uma viagem inicialmente prevista para 9 horas, que acabou durando 13 horas. Serão duas escalas no retorno a Porto Alegre. Por via aérea normal, as passagens custariam ao menos R$ 5 mil.
Os membros da direção colorada presentes no estádio optaram por acompanhar a partida da arquibancada em função de que o local oferecido pelo Delfín ficaria na tribuna no lado oposto das cabines de imprensa, mais longe do campo e do vestiário.
Equador vive escala de violência
Outro ponto que pode ter contribuído, ainda que indiretamente, para a baixa mobilização de colorados em Manta, é a onda de violência no Equador. No último domingo, o presidente do Equador, Daniel Noboa, lançou à população um pacote de medidas buscando resolver os problemas de segurança no país.
Entre as medidas que serão adotadas a partir de agora, está o trabalho das forças armadas em conjunto com a polícia. O combate ao narcotráfico também promete ser mais intenso. Das 11 questões apresentadas no referendo do último domingo, apenas duas não foram aprovadas. Os temas envolvendo a economia foram rejeitados pelo eleitor.
Mesmo com esse problema grave de segurança, o futebol vem transcorrendo com certa normalidade. O campeonato equatoriano continua com suas rodadas sendo disputadas, assim como partidas pela Libertadores e Sul-Americana. Foi realizado um reforço policial para o jogo entre Delfín e Inter.
— O tema segurança é muito importante, por isso estamos tomando todos os cuidados possíveis. Precisamos mostrar uma cidade segura. Para o jogo teremos aproximadamente 85 agentes da polícia nacional e mais 120 seguranças contratados pelo clube — explicou o dirigente do Delfín, Luigi Pico, antes da partida.