O perfil do novo diretor-executivo de futebol é um importante ponto de divergência entre os dois candidatos que disputam a presidência do Inter. Enquanto o nome de oposição Roberto Melo planeja buscar no mercado um dirigente experiente e renomado para assumir o comando profissional do departamento de futebol, o presidente e candidato a reeleição Alessandro Barcellos pretende ter um executivo mais discreto e que divida as funções da pasta com profissionais de uma equipe multidisciplinar do clube.
Curiosamente, as duas chapas concorrentes a comandar o clube no próximo triênio têm posicionamento semelhante em relação à figura do vice de futebol. A ideia de ambos é que o dirigente político tenha um perfil mais institucional, sem um papel ativo na gestão diária do departamento. Porém, há discordâncias claras em relação às características do diretor-executivo, cargo que está vago desde a saída de William Thomas, em maio.
A chapa de situação, por exemplo, pretende contratar um profissional com menos protagonismo, buscando valorizar os demais profissionais que já trabalham hoje em diferentes funções do departamento de futebol.
— Cada vez mais estou convencido de que no futebol a figura do executivo "superpoderoso" está com os dias contados. Você precisa ter uma equipe de mercado, de performance, de ciência de dados e de scout que esteja organizada na relação com o vestiário. Hoje temos uma equipe que responde bem a isso, que é comandada pelo (gerente esportivo) Magrão e que tem a presença de profissionais de várias áreas e que nos dão um retorno importante — explicou Barcellos, logo após a eleição em primeiro turno, no dia 7 de novembro.
Por outro lado, a ideia da chapa de oposição é ter um executivo de futebol experiente, com currículo vencedor, que tenha mais protagonismo na gestão do futebol e que trabalhe em parceria com outros profissionais, alguns que já estão no Inter e outros a serem buscados no mercado.
— O clube tem que ser profissional de verdade. O Inter não pode ficar tanto tempo sem um executivo e sem um coordenador-técnico. Tem que priorizar os profissionais, e é isso que a nossa gestão vai fazer. Vamos priorizar profissionais experientes e qualificados, que já tenham vencido, saibam o caminho das vitórias e, principalmente, sejam profissionais que conheçam a história, a torcida e a cultura do clube. Na nossa gestão, a prioridade serão os profissionais — disse Melo, também após o pleito do primeiro turno.
Conforme apurado por GZH, a chapa de Roberto Melo já conversou com o diretor-executivo de futebol do Atlético-MG, Rodrigo Caetano, que trabalhou no Inter entre 2018 e 2020, mas tem a informação de que o profissional deseja permanecer em Belo Horizonte. Com isso, a chapa de oposição trata agora como ficha 1 o nome de Alexandre Mattos, que hoje é o CEO do Athletico-PR.
Já a chapa de situação pesquisa no mercado um nome com outro perfil, menos tarimbado, para suprir a vaga de William Thomas e trabalhar em parceria com o Centro de Análise e Prospecção de Atleta (CAPA), com a comissão técnica e com profissionais de outros setores do clube.
Alessandro Barcellos e Roberto Melo disputarão o voto dos associados colorados em eleição marcada para o dia 9 de dezembro. O vencedor comandará o Inter de 2024 a 2026.