O próprio Eduardo Coudet admitiu, depois da estreia vitoriosa pelo Grupo E da Libertadores, que o desempenho diante da Universidad Católica marcou a melhor das 12 atuações do Inter sob seu comando. Curiosamente, o técnico argentino não contou neste jogo com seu compatriota D'Alessandro. Imediatamente uma dúvida surgiu: baseado neste jogo, ele deixará o camisa 10 no banco?
Mas além da ausência de seu capitão, Coudet também teve participação direta na atuação do time ao colocar o atacante Marcos Guilherme no lugar de Rodrigo Lindoso e redesenhar a formação da equipe, que se tornou mais ágil.
— Eu não menti quando disse que na fase de grupo ia ser diferente. Que havia uma margem de erro e que a equipe iria jogar de uma forma distinta. Agora, também, estou convencido de que fizemos bem as coisas nas duas primeiras fases. Creio que era o que necessitava para não ter erros e para entrarmos na Libertadores. Depois que passamos, podemos dizer que aquelas duas fases ia mudar o semestre de Inter, de todos nós e, seguramente, da minha pessoa. Fizemos o que precisávamos. Fui contratado para pensar e não para fazer o que dizem — disse o treinador colorado, depois da vitória sobre a Católica.
Na temporada, D'Alessandro esteve em campo em sete oportunidades e em todas elas atuou mais adiantado. Em cinco partidas foi companheiro de Paolo Guerrero, em uma fez dupla com Thiago Galhardo e na outra entrou no decorrer do jogo, também ao lado do peruano. E em todas as vezes, Rodrigo Lindoso esteve no time.
— Aqui não há um nome particular. Não há D'Alessandro, Guerrero, Cuesta ou Lomba. Temos de tratar quem são os melhores para iniciar cada jogo ou a necessidade dessa partida. Estou aqui para decidir e não são situações agradáveis para nenhum treinador. Eu não gostei de tirar o Lindoso, mas pensei que esse era o melhor time. Não quer dizer que ele não possa iniciar os próximos jogos. Eu não menti quando disse que na fase de grupos se pode ousar mais, mas também estou convencido de que fizemos o correto na fase preliminar —declarou Coudet ao ser questionado sobre a volta de D'Alessandro ao time, no Gre-Nal do próximo dia 12, na Arena.
Uma ideia que toma força é que para D'Alessandro estar em campo é necessário que o meio seja mais reforçado e desta forma a utilização de Rodrigo Lindoso seria necessária. Como diante dos chilenos o camisa 10 cumpriu suspensão, a saída do volante e um time mais ofensivo se tornou possível.
— Os jogadores de meio devem ser dinâmicos e mais de características ofensivas. Eu gosto de jogar com um volante central, três meias e dois centroavantes. Esse é o meu ideal, depois me adapto aos jogadores que tenho —contou Coudet em entrevista exclusiva à GaúchaZH.
Nos bastidores, as atuações do gringo têm sido muito elogiadas, assim como a relação entre ele e Coudet. Porém, a definição de quem jogará ou não passará pelo aspecto físico e o modelo pensado para cada partida.
Antes do primeiro Gre-Nal da história da Libertadores, Eduardo Coudet ainda terá um jogo pelo Gauchão, contra o Brasil-Pel, no domingo (8), no Estádio Beira-Rio.