Nesta quinta-feira (17), GaúchaZH publicou que três empresários (Rogério Braun, Fernando Otto e Giuliano Bertolucci) realizaram depósitos e transferências para a conta bancária de Carlos Pellegrini, vice-presidente de futebol do Inter entre 2015 e 2016, conforme investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. O assunto foi abordado no programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, quando o advogado Jorge Otávio Teixeira pediu direito de resposta para explicar as acusações acerca do ex-dirigente colorado.
— Sou colorado e também quero saber para onde foi o dinheiro. Isso não tem nada a ver com meu cliente, e tudo é colocado no mesmo saco — comentou o advogado, que completou:
— O Ministério Público está fazendo esta investigação desde 2017. São 80 arquivos com quase mil folhas cada um. Estamos trabalhando em cima disso. Vai chegar o momento de dar explicações pessoais ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Não são comissões de jogadores e temos provas disso — disse Teixeira.
Conforme o MP, os depósitos de Braun teriam sido feitos à mesma época da venda do goleiro Alisson à Roma, da renovação de contrato com o lateral-direito Cláudio Winck e da contratação do centroavante Ariel Nahuelpán.
— Em novembro 2016, a empresa dele (Braun) organizou o quarto Congresso Internacional de Futebol, que ocorreu na Arena do Grêmio. E ele pediu que o Pellegrini prospectasse alguns patrocínios, junto à Federação Gaúcha de Futebol e a uma empresa chamada Golden Gol. Os depósitos foram comissões a estes patrocínios — explicou o advogado.
Já a relação do empresário Fernando Otto, segundo o MP, esteve ligada à contratação do zagueiro Réver, vindo do Atlético-MG.
— Como advogado, o Pellegrini fez o divórcio do jogador Marquinhos Gabriel. O Fernando Otto, na época, era o procurador do Marquinhos. O atleta estava em São Paulo, no Corinthians, e o Pellegrini teve de viajar muitas vezes ao interior do Rio Grande do Sul. Este processo ainda está tramitando, com partilha de bens, pedido de pensão alimentícia, e o Otto depositava para cobrir as despesas do Pellegrini com despesas e honorários — pontuou Teixeira.
De acordo com o advogado, toda a documentação está sendo reunida e, em breve, os argumentos serão apresentados às autoridades — incluindo a informação de que até mesmo a conta bancária da filha do ex-dirigente recebeu repasses financeiros.
— Está errado isso. Há transferências para a conta dela de mil, R$ 2 mil, feitas da conta do Pellegrini. Na época, ela era estudante. São R$ 29 mil durante um ano. Era o pai transferindo para a conta da filha — concluiu o advogado.