
Obviamente, o objetivo era conquistar a taça mais uma vez. Porém, com duas derrotas para o São Paulo (1 a 0 no Beira-Rio e 2 a 1 no Morumbi, no último sábado, 24), o Inter não conseguiu manter o título do Brasileirão de Aspirantes, que havia sido conquistado em 2017. Ainda assim, o balanço feito pelo clube é positivo.
— Muitos jogadores se destacaram. A gente rejuvenesceu o time e atuou com uma equipe mais nova. Alguns que jogaram no ano passado, subiram para a equipe profissional, como Iago e Juan Alano. Outros foram emprestados. Então, oportunizamos aos jogadores mais novos e, pelo fato de termos chegado à final, justifica a realização de um bom trabalho — avalia o coordenador da base, Diego Cabrera.
Não é de hoje que o clube vem obtendo sucesso em competições de base. De uns tempos para cá, entretanto, poucos atletas vingaram como se imaginava. Com um hino chamado Celeiro de Ases, o clube se orgulha por ter formado grandes jogadores. Da multicampeã década de 1970, saíram Falcão, Carpegiani, Batista e, posteriormente, Mauro Galvão. No tetra da Seleção Brasileira, em 1994, os ídolos Taffarel e Dunga também foram forjados no Beira-Rio. Mais recentemente, Nilmar, Rafael Sobis e Alexandre Pato abasteceram o clube com grandes títulos. Nos últimos anos, a exceção é o goleiro Alisson. No atual time titular, apenas dois atletas saíram da base: o lateral-esquerdo Iago e o volante Rodrigo Dourado. Contudo, a explicação é que, com a queda para a Série B, o momento não era propício para o lançamento de garotos.
— O clube vive um momento de reconstrução, seja administrativa ou no futebol. Hoje, o time tem um padrão, todo mundo sabe a forma que o Inter atua. Acho que, daqui para a frente, com a volta do clube a competições importantes, disputando títulos, dá mais confiança, o trabalho fica mais organizado e a tendência é que jovens sejam lançados — analisa Cabrera.
Entre os jogadores abaixo dos 23 anos, alguns já deram as caras ao menos durante treinamentos - o volante Nonato, o meia Richard e o centroavante Brenner, por exemplo. Porém, o garoto que gera maior expectativa é o argentino Martin Sarrafiore, meia trazido em polêmica contratação junto ao Huracán.
— É um atleta em potencial, um talento que até então nunca tinha atuado pela equipe principal dele. Não jogava uma partida oficial desde dezembro do ano passado, ficou 9 meses sem atuar, e isso é importante. Ainda mais para um atleta estrangeiro, que vem de uma cultura diferente. Tenho certeza que, integrado cada vez mais, ele vai evoluir e vai estar atuando a médio prazo com a equipe principal —relata o dirigente.
Para a pré-temporada de janeiro, alguns destes jogadores podem ser integrados ao grupo de Odair Hellmann. Cabrera prefere não citar nomes, mas nos bastidores três meninos são citados quase que de maneira unânime. Um deles é o volante Jeferson, capitão da equipe no Brasileirão de Aspirantes. Nascido em Novo Hamburgo, com 21 anos e 1,83cm de altura, ele é tido como um possível herdeiro de Rodrigo Dourado. No ano passado, foi lançado pelo então técnico Guto Ferreira em uma partida contra o Boa Esporte, pela Série B. Com a mesma idade, mas de características diferentes, surge outro volante. Trata-se de Ramon, qualificado como um "bom passador". Por fim, o centroavante Pedro Lucas se destaca por não ser apenas um finalizador de área, como também ter qualidade com a bola nos pés.
— O processo de integração está sendo muito grande. A gente tem se reunido e conversado muito sobre isso. Alguns jogadores estão no radar, mas a decisão fica a cargo da comissão técnica e do treinador do time principal — conclui Diego Cabrera.
Sendo assim, o jeito é esperar. Com a renovação de contrato muito bem encaminhada com o técnico Odair, a promessa é de um melhor aproveitamento dos jovens em 2019.