Não que eu ache que seja saudável acreditar que teremos qualquer chance no jogo deste sábado, longe de mim. Sustentar qualquer pontinha de esperança de que não assistiremos a um atropelo no Gre-Nal 416 soa, a essas alturas, como otimismo desvairado, inconsequente e absurdo. Mas, como o pensamento derrotado e pequeno já nos destruiu algumas vezes nesse tempo recente, falemos sobre a única alternativa vermelha para a quinta rodada do Brasileirão.
A única chance que o Sport Club Internacional tem de vencer o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense no ano de 2018.
O único sopro de confiança que nos resta a essa altura de nossas vidas.
O único homem que pode contrariar a lógica, subverter a realidade triste desses dias de espetáculos azuis e lamentações vermelhas.
Andrés Nicolás D'Alessandro.
Já virou um clichê, nesta década de D'Ale no Inter, falar que o argentino é decisivo em clássicos. Ele já chegou metendo gol no Grêmio. Comandou goleadas nos azuis em mais de uma oportunidade, se colocou como representante da torcida colorada dentro de campo, comandou festas e cornetas nas arquibancadas. D'Alessandro representa entre as quatro linhas toda a vontade que eu, que tu tens de vencer o Grêmio sempre (eles estando em boa ou má fase). Reside justamente nessa vontade absurda que o maior 10 do futebol sulamericano possui de derrotá-los a nossa única arma para o embate seguinte.
Irritado e ligado, D'Alessandro consegue ser ainda mais técnico, ainda mais preciso. Suas já tantas vezes elogiadas qualidades no passe e na finalização se somam a carrinhos na defesa, a dedo na cara, a briga por cada lance. E é aí que teremos alguma chance de jogar futebol no sábado.
O Grêmio, muito bonitinho, muito arrumadinho, muito direitinho, nunca precisou subir o tom da disputa para vencer ninguém. O time do Humaitá joga organizado, frio. Quando necessitou de um quê de superação para atingir um objetivo maior, se acovardou. Foi assim na eliminação diante de um brigador Cruzeiro na Copa do Brasil de 2017, foi assim no monólogo que chamaram de "Final do Mundial de Clubes" daquele mesmo ano. O Grêmio não briga, o Grêmio não sua. Já que não estamos em condições técnicas e táticas de superá-los na qualidade futebolística, mora na briga, na guerra e no caos a nossa chance.
Hoje, com um time ainda melhor do que aquele que foi campeão do continente no ano passado, parece impossível superar o Grêmio. Ainda mais em seus domínios. Ainda mais neste momento da temporada. É goleada atrás de goleada. Massacre após massacre. Todo time que for enfrentar esses caras vai acabar, cedo ou tarde, saindo derrotado.
Todos, menos um.
Há uma única camisa capaz de superar a deles. No peito, na gritaria, na guerra e na insanidade. Na capacidade técnica que parece se multiplicar nesse tipo de jogo. Só o Inter pode parar esse Grêmio. Só Andrés Nicolás D'Alessandro pode comandar uma campanha vitoriosa dentro da Arena.
Oremos.