A previsão geral era de que a Série B entraria de vez na realidade do Inter quando viesse um jogo na sexta-feira à noite, horário nobre e tradicional da Segunda Divisão. Pois esse dia chegou, e contra o Paysandu, de participação em momentos marcantes do Inter, como o jogo de 2002 e a queda de Antônio Carlos Zago. Porém, encontrou o Inter já batizado e fazendo o caminho de volta neste atoleiro em que se enfiou com a desastrosa gestão do clube em 2016.
A iminência de assumir a liderança, a possibilidade de engatar o quinto jogo seguido com vitória e a estabilidade alcançada depois de semanas turbulentas fortaleceram o Inter ao ponto de fazer da sexta-feira que tinha tudo para ser marcante uma noite de recorde de público. Mais uma prova de que a torcida abraçou o time e, assim como o restante do contexto colorado, aceitou a Série B e descobriu que não há outra forma de sair dela que não seja jogando e ganhando.
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O crescimento do Inter está vinculado a Guto Ferreira. Depois de um começo instável, com questionamentos e até sugestão de que fosse demitido, o técnico conseguiu colocar sua mão no time e no vestiário. A transformação do time foi gradual. Passados quase três meses de sua chegada, uma rápida análise mostra mudança em todos os setores e metade da fotografia alterada.
Cláudio Winck e Klaus foram afirmados na defesa. Carlinhos perdeu espaço na lateral-esquerda. Gutiérrez deixou de ser titular e Nico virou alternativa para o segundo tempo. A maior contribuição de Guto ao Inter, no entanto, foi Sasha. Resgatado no grupo depois de longa parada, entrou na posição em que mais rende, aberto na esquerda, e deu equilíbrio ao Inter.
Por todas essas mudanças e pela mão do seu técnico, o Inter chega ao dia de batismo informal na Série B já com um pé fora dela. Afinal, as boas atuações permitem abrir a regressiva para a volta. Faltam oito vitórias.