Se para o Inter o jogo das 16h30min de sábado contra o Náutico pode levá-lo ao G-4 e dar sua primeira vitória em casa na Série B, para um atleta em especial a partida tem um significado maior. Uma boa atuação aliviaria a situação de Léo Ortiz, o alvo da vez no Beira-Rio.
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Aos 21 anos, o zagueiro terminou o último jogo vaiado e apontado como culpado pelo empate em 1 a 1 com o Juventude. Ele mesmo admitiu a má atuação e a falha no gol de cabeça de Tiago Marques. Somado ao gol contra marcado diante do Palmeiras, o lance de sábado passado atrapalhou mais ainda sua afirmação na defesa colorada. Chegou a ficar fora da lista de relacionados na terça-feira diante do Figueirense, treinando em Porto Alegre. Mas a lesão de Victor Cuesta, que, com um problema muscular na coxa esquerda, ficará 20 dias afastado, devolveu o jovem à titularidade.
– O que ocorre com o Ortiz é um fenômeno de grandes clubes, em que muitas vezes o prata da casa é mais cobrado pela torcida – afirmou o ex-zagueiro Bolívar. – É um ano complicado para o clube. Tudo o que estiver dando errado será cobrado com um peso maior. Para um jovem não é fácil superar isso. Tem de ter muita personalidade. E Ortiz tem. Além disso, quem cuida da carreira dele é o Magrão, que certamente está dando muitos conselhos a ele. Ortiz é um bom jogador e tem um pai vencedor no esporte (Luís Fernando Ortiz, campeão mundial de futsal com o Inter). Será um grande zagueiro – acrescentou Bolívar.
Mauro Galvão, defensor que iniciou sua carreira entre os profissionais do Inter em 1979 quando tinha apenas 17 anos, concorda que a juventude influencie na oscilação do desempenho:
– Vir da base às vezes até contribui para aumentar a paciência de torcida e imprensa, mas o que vejo como agravante é a pouca experiência profissional. É comum ter momentos de altos e baixos, ainda mais com uma sequência tão desgastante. Acredito que o Guto Ferreira tenha feito bem em tirá-lo do último jogo, recuperar a parte física e técnica.
De fato, Ortiz não é um jogador leve. Ao contrário, seus 84 quilos são distribuídos em 1m86cm de altura. Por isso, muitas vezes precisa estar bem posicionado para cortar um cruzamento ou mesmo ter uma recuperação mais veloz em algum lance. Tem peso também a camisa 33 que veste. Um 3 de Elias Figueroa, outro 3 de Índio.
– Ortiz é um jovem ainda, está se aprimorando. O torcedor precisa ter um pouco de paciência com ele. Afinal, sabe jogar, tem entrega, mas nem sempre é fácil se ajustar a uma equipe que ainda está em formação – comentou Figueroa.
O que não se pode tirar de Léo Ortiz é a personalidade. A demonstração disso foi no último sábado, quando mesmo após deixar o campo vaiado, apresentou-se para as entrevistas – ao contrário de muitos outros jogadores naquela noite.
– Ponho minha cara para bater, não tenho medo. A cobrança é normal em um clube grande e tenho que me acostumar com isso. Confesso que diminuiu o rendimento da equipe, o meu caiu em relação ao início também. Sei que, quando fizer um gol, vou querer passar aqui (na zona mista) para falar sobre a partida. Então, quando faço uma má partida, ou quando a equipe faz, tenho que passar também – ensinou o defensor de 21 anos, que ampliou o seu contrato com o Inter até o final de 2019.
Ortiz ganhou um voto de confiança do novo treinador. O fato de ficar em Porto Alegre em vez de viajar a Florianópolis e enfrentar o Figueirense foi mais como um fator de preservação e retreinamento do que propriamente uma barração.
– Léo Ortiz é um menino e tem muita personalidade. Vamos ver o que temos e de que maneira podemos colocar a equipe. Vamos discutir internamente e encontrar a melhor solução – disse o técnico Guto Ferreira.
O zagueiro tem mais uma chance de engrenar seu começo de carreira neste sábado.
Exatamente como o Inter neste começo da Série B.