A sensação de alma lavada por ter transformado o principal rival em piada, o topo das mais diversas listas sobre os clubes mais vitoriosos da América, elogios abertos por partes de jornalistas de todo o país nos quesitos gestão, patrimônio e finanças.
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Esse era o Sport Club Internacional construído a partir de 2005 até meados da segunda década deste século. A evolução colorada mostrava que, no país do jeitinho e do roubo, o trabalho duro, a honestidade e a fidelidade eram, sim, capazes de realizar transformações inimagináveis. E foi assim que mediante aliança política que apaziguou ânimos, gestão sólida baseada em responsabilidade e, claro, sorte, pois sem ela não existe sucesso no futebol, aquele clube que já fora rei do Brasil em 1970, voltava de maneira avassaladora ao cenário nacional.
Num estalar de dedos, um brasileirão roubado, uma libertadores, um mundial, goleadas em Grenal (fim da rivalidade), Recopas, Audi Cup, Sul Americana, a lista era interminável. Jogadores valorizados vendidos por milhões de euros. Atletas de todo o país e exterior dispostos a jogar em um clube "organizado e com a grandeza do Inter". Sim, nós achávamos que a batalha estava ganha, e, então, da mesma maneira que tudo passou a dar certo, começou a dar errado.
O racha político dividiu as lideranças do clube, cheirinho de anos 90 rondando os lados do "mais belo estádio do Mundo FIFA". Os resultados de campo não eram tão fortes, mas os torcedores não aceitavam a ideia de que, mais do que em qualquer país do planeta, no Brasil as conquistas funcionam por meio de ciclos. E o ciclo colorado havia acabado. Era preciso ter consciência disso. Não houve, e a panela de pressão começou a ferver a partir das arquibancadas. O meio da tabela, seguro, sem sal, era motivo de crise. Eliminações em fases finais de Libertadores e Copa do Brasil eram motivo de discursos inflamados nas redes sociais.
E, em um belo dia, as coisas começaram a dar errado também dentro de campo. Só que dessa vez não havia um plantel formado por jogadores maduros e vencedores o suficiente para segurar a barra. Eram jovens, em sua maioria não afirmados, outros detestáveis como atletas, e os "cascudos" com sua liderança baseada em polêmicas e não exemplos. Resumo esse momento em Paulão ter sido capitão do Sport Club Internacional. Isso resume tudo.
Nosso rebaixamento é, sem dúvidas, o mais ridículo e embaraçoso entre todos os ocorridos com times grandes. Palmeiras, Botafogo, Vasco, Grêmio, todos com plantéis esdrúxulos, mas, principalmente, com instituições falidas sendo administradas de maneira amadora. Cofres vazios, patrimônio do clube precário, contas no vermelho, etc.
Já o Colorado com seu plantel de 8,9,10 milhões de reais ao mês, estádio reformado, a maior e melhor torcida do sistema solar, o quadro de sócios que fazia inveja ao Barcelona e ao Real Madrid, não soube superar clubes com ¼ de seu orçamento, e dessa maneira protagonizou o vexame já aguardado pelos torcedores que usam o cérebro, e não a língua ou a ponta dos dedos para pensar.
Para finalizar, uma ação patética digna do tapetão dos anos 90, em um tribunal do mais alto nível como o TAS, foi prontamente rechaçada, entrando para a galeria dos Micos colorados que substituíram agora o Saci como mascote vermelho. Hoje o Internacional é o clube mais odiado do Brasil, sua reputação está no lixo, e a imagem de "bom moço" jamais será retomada.
Quando isso tudo irá acabar? Eu tenho uma pista, e já falei anteriormente: humildade, tudo começa por aí. A marca no lombo da série B já é eterna. Eu avisei. Parabéns aos envolvidos, gênios dos gabinetes e da arquibancada.
*ZHESPORTES