
O Inter caiu para a Segunda Divisão por conta dos (muitos) erros cometidos pela sua direção, liderada pelo presidente Vitório Piffero.
Em dois anos de gestão, o clube contratou mal, não apresentou uma ideia clara de futebol, regrediu na profissionalização e, acima de tudo, pecou na arrogância.
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Veja os dez maiores erros cometidos pelo Inter na gestão que conduziu o clube para a Série B:
1) Início sem planejamento
As primeiras atitudes de Vitório Piffero ao ser eleito presidente em dezembro de 2014 mostraram total falta de planejamento. Após descartar um técnico estrangeiro, detonar Mano Menezes e apostar todas as fichas em Tite, a direção não soube o que fazer quando o atual técnico da Seleção Brasileira recusou o convite e foi para o Corinthians. Acabou fechando, sem nenhuma convicção, com o uruguaio Diego Aguirre.
2) Técnicos com estilos e perfis totalmente diferentes
O Inter nunca soube nos últimos dois anos como queria jogar. Diego Aguirre, Argel, Falcão, Celso Roth e Lisca possuem ideias de futebol totalmente diferentes entre eles. Todas as trocas de técnico ocorreram muito mais pensando em criar um fato novo do que pensando em um conceito de futebol. Ao não se preocupar em ter um modelo de jogo, o time ficou sem nenhuma identidade.
3) Contratações equivocadas
O clube contratou mal. Leandro Almeida, Paulo Cezar, Fernando Bob, Fabinho, Marquinhos e Ariel foram alguns dos jogadores contratados pela direção do Inter em 2016. Vários altos investimentos não deram o resultado esperado, como o meia Anderson. O grupo foi formado predominantemente por jogadores com contratos longos e que não deram resposta.
4) Grupo desequilibrado
No meio-campo, Fernando Bob, Anselmo, Fabinho e Eduardo Henrique foram contratados no mesmo ano para disputar uma posição ao lado de Rodrigo Dourado. Na zaga, o Inter liberou Eduardo para o Náutico, Jackson para o Bahia e Réver para o Flamengo. Ficou sem zagueiros e acabou tendo que buscar Leandro Almeida (que era reserva de Jackson no Palmeiras). Depois, buscou Eduardo de volta do Náutico (quando foi acusado pelos pernambucanos de ter chantageado o garoto).
5) “Fato novo” e “planejamento é quando ganha”
A derrota por 5 a 0 no Gre-Nal em 2015 é um símbolo do fracasso da gestão Piffero. Três dias antes do clássico, o presidente demitiu Diego Aguirre para criar um “fato novo”, ignorando qualquer tipo de planejamento. Na entrevista após a derrota, o mandatário disse que “planejamento é quando ganha”.
6) A saída de D’Alessandro
Muitos analisavam que o ciclo do capitão estava chegando ao fim. Sem entrar no mérito se esta análise era correta ou não, o fato é que o Inter não planejou o fim da era D’Alessandro. A saída do argentino não foi programada com meses de antecedência e ninguém foi contratado antes para substituí-lo. O camisa 10 saiu de forma repentina no início da temporada 2016, logo após um atrito totalmente evitável com a direção na Flórida Cup.
7) Pouco profissionalismo, muito amadorismo
O amadorismo citado aqui não é nada pejorativo. Mesmo com um orçamento de quase R$ 300 milhões anuais, o Inter de Vitório Piffero regrediu no quesito profissionalismo. Em relação à gestão anterior, foi aumentado o número de vice-presidências políticas. O clube nunca se preocupou em ter um executivo geral ou um CEO. O cúmulo do amadorismo ocorreu quando o gerente de futebol Jorge Macedo deixou o clube, em fevereiro. Ninguém foi contratado para o lugar e, em pleno 2016, o Inter ficou seis meses sem um dirigente profissional no vestiário. A ligação entre direção e comissão técnica era feita apenas por dirigentes políticos. O amadorismo custou caro.
8) Arrogância e soberba
“Esta palavra não existe no nosso vocabulário”. Assim o presidente Vitório Piffero respondia sempre que era questionado sobre o risco de rebaixamento. Nestes dois anos, o Inter como instituição confiou sempre que era o clube “campeão de tudo” e subestimou o risco de cair para a Série B. A soberba custou caro.
9) Teimosia com Celso Roth
O Inter insistiu demais com Celso Roth. Em três meses de trabalho do treinador, o Inter não apresentou evolução tática e despencou rumo à Segunda Divisão. A direção demorou muito para trocá-lo. Quando isso ocorreu, a três rodadas do fim, era tarde demais. Lisca, o substituto, pouco pode fazer.
10) Insensibilidade
Após a queda do voo da Chapecoense, o Internacional atraiu antipatia no Brasil inteiro por conta de entrevistas insensíveis dos dirigentes. Este erro não causou a queda, mas contribuiu para manchar a já desastrada gestão Piffero. Após os jogadores afirmarem que, na opinião deles, não havia clima para disputar a última rodada, o presidente falou que o campeonato “ficaria em aberto”, dando a entender que o clube cogitava utilizar a tragédia para se beneficiar na tabela. Nes período, o clube precisou divulgar várias notas oficiais para atenuar a repercussão negativa.
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