
Houve uma cena emblemática no fim do treino do Inter de quinta-feira. Ao lado da trave, Nico López ouve Celso Roth. Por alguns minutos, os dois conversam, sozinhos, enquanto os demais jogadores caminham em direção ao vestiário. O uruguaio ainda busca afirmação, principalmente com o novo técnico. No treino desta quinta, por exemplo, mesmo com Vitinho ausente, não foi testado no time em qualquer momento – e foram usados 14 jogadores (entre os atacantes, Valdívia, Ariel, Sasha e Aylon).
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Festejado como contratação mais importante da janela de inverno brasileiro, Nico tem um começo diferente daquele imaginado por dirigentes e torcedores. De sua estreia, contra o Corinthians há 25 dias, foram 270 minutos em campo. Com Paulo Roberto Falcão, foi titular em dois jogos, Cruzeiro e Fluminense, e começou no banco contra o Corinthians por uma questão médica. Com Roth, ficou no banco contra a Chapecoense (o técnico alegou que o atacante ainda não tinha a condição física ideal) e saiu jogando contra o São Paulo, mas foi substituído no intervalo.
Sua utilização diante do Sport está ameaçada. Celso Roth não tem por hábito fazer mudanças em relação ao time que treina ao longo da semana, por isso, é possível prever que o uruguaio seja reserva de Valdívia.
Isso porque, no Inter, há um entendimento de que Nico López é um segundo atacante. Desta forma, não concorre com Ariel ou Vitinho a uma vaga no setor ofensivo. Seus "adversários" seriam Sasha e Valdívia – ainda mais agora que William será fixado no meio-campo. Mas, apesar da reserva momentânea, segue sendo aposta da direção, mantendo a expectativa criada em torno de sua contratação.
Mais discreto e tímido do que outros jogadores, a avaliação é que Nico ainda está se adaptando ao futebol brasileiro. O momento do time, sem vencer há 13 jogos, interfere nesse processo. Jovem, não tem o perfil de liderança de outros jogadores, como o próprio Seijas, também estrangeiro, que assumiu um protagonismo no grupo.
– Teve uma passagem inconstante nesse aspecto aqui pela Udinese – lembra o jornalista Luca Pessina, do jornal Gazzetta dello Sport, que acompanhou o uruguaio na Itália.
Apesar dos problemas de adaptação, o que mais pesou para seu retorno ao Nacional-URU foi a falta de oportunidades oferecidas pelos técnicos, que insistiam em escalá-lo em posições abertas no meio e não no ataque, onde rendeu mais.
– Nico é um grande jogador. Contra o São Paulo começou o jogo, e o Celso (Roth) tem que testar alternativas. Ele tem bastantes opções, mas tenho certeza que quando chegar vai estar pronto – avaliou o meia Rodrigo Dourado.
Nico López no Inter
270 minutos
0 gols
0 assistências
3 finalizações certas
1 pênalti sofrido
2 desarmes
*ZHESPORTES