
Há um mistério em torno da camisa 12 do Inter. Alex não vem sendo aproveitado. A sua última aparição em campo data de 16 de abril, quando substituiu Andrigo, aos 26 minutos do segundo tempo, no 0 a 0 entre Inter e São José, na ida da semifinal do Gauchão. Não foi bem, e lá se vão 32 dias sem jogar. No domingo, contra a Chapecoense, nem sequer no banco de reservas ficou.
Nos bastidores, há alguma frustração com o fato de Alex não ter sido o líder técnico que o Inter esperava após a saída de D'Alessandro para o River Plate. Ele não conseguiria mais render como tempos atrás. Talvez por isso, tenha cumprido 10 partidas no Gauchão, mas acabou esquecido nas finais. Antes disso, ainda na fase de classificação do Estadual, perdeu dois jogos devido a uma tendinite no joelho direito.
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A saída de Alex da equipe titular se deu definitivamente quando o Inter goleou o Cruzeiro por 4 a 0, com o setor ofensivo formado por Anderson, Alisson Farias, Sasha e Aylon. A mesma formação foi repetida no jogo seguinte, na derrota para o Veranópolis, e, depois, na vitória sobre o Juventude, Andrigo ganhou a vaga de Alisson Farias – com Gustavo Ferrareis se tornando o seu reserva imediato.
Entre as pessoas com relacionamento mais próximo a Alex há uma certeza: o Inter quer negociá-lo, a fim de seguir rejuvenescendo o elenco. Afinal, aos 34 anos, o meia ainda tem vínculo com Beira-Rio por mais 14 meses – renovou contrato no ano passado, em meio às oitavas de final da Libertadores. Botafogo e Sport foram atrás de Alex, que optou pela permanência em Porto Alegre.
Não é apenas por conhecer o clube como poucos – e por tentar conquistar o Brasileirão, que escapou no polêmico campeonato de 2005. Mas também pela adaptação da família, sobretudo dos seus meninos, Lucas, de 10 anos, e Theo, de cinco. Porém, para alguns no Beira-Rio, isso passou a soar como acomodação. Nos treinos, Alex vem se dedicando, ainda que o rendimento não pareça convencer a comissão técnica.
O relacionamento com Argel Fucks é cordial. Conversam durante os treinos e, nos jogos em que o meia ficou no banco, trocava ideias com o treinador e até chegava à beira do gramado. Mas nem isso impediu Argel de ser franco, quando questionado sobre Alex, ao final de Inter 0x0 Chapecoense.
– O Alex é um jogador experiente, atuou algumas vezes comigo no Gauchão, fez um gol, mas vou ser sincero: hoje, o Andrigo está melhor, o Ferrareis está melhor. Ele está há 11 meses comigo, fez um gol. Quando o jogador atua pouco, 15 minutos, 20 minutos, ele tem que fazer gol, dar passe para gol – disse Argel.
Alex não vem dando entrevistas. Optou pelo silêncio enquanto tenta recuperar espaço no time. Informações de bastidores ainda dão conta que a juventude que invadiu o vestiário colorado, com a nova diretriz da direção, também teria deixado o decano do elenco do Inter um tanto deslocado. Não há mais D'Alessandro, Rafael Moura, Nilmar, Juan ou Lisandro López, jogadores com temas mais afins com quem podia trocar ideias sobre todos os assuntos.
– Alex é jogador do Inter, trabalha normalmente com os demais atletas e busca espaço. Como todos – limitou-se a responder o vice de futebol Carlos Pellegrini, a respeito do camisa 12.
Apesar do interesse em permanecer no Beira-Rio, não será surpresa se Alex disputar a sequência do Brasileirão por outra equipe. Para isso, basta não cumprir sete jogos pelo Inter.
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