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Fica difícil não ser repetitivo na crítica quando um time se repete em seus equívocos. O Inter de Argel mudou de esquema acertadamente. A boa amostra do 4-2-3-1 diante do Ypiranga merecia uma sequência. Mais uma vez, porém, a equipe insistiu demais pelos lados do campo e, assim, tornou-se previsível na apertada vitória sobre o Passo Fundo.
Com Sasha e Marquinhos pelos lados, Alex por dentro e Vitinho como falso 9, o Inter deu bons sinais de evolução no início do jogo. Sasha saía da direita para o meio para juntar-se a Alex e, às vezes, encostar até nos volantes. Criava-se a aproximação por dentro que faltou nos primeiros jogos da temporada. Nada de brilhante, mas já era algo a se notar. Durou pouco.
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O Inter voltou a insistir demais pelos lados, problema que parecia ser resultado do losango de meio-campo, mas foi reiterado mesmo com a mudança de esquema. O filme se repetiu: jogadores se juntam próximos a uma das linhas laterais e tentam tabelar. A jogada se inicia e termina, quase sempre, do mesmo lado. Na melhor das hipóteses, os colorados chegam à linha de fundo e cruzam para a área vazia.
Engana-se quem acha que o "área vazia" do parágrafo acima é um pedido por um centroavante. O Inter precisa de aproximação pelo meio. Contra o Passo Fundo, foram raríssimas as oportunidades em que a linha de três meias se juntou por dentro. Só com tramas envolventes pelo meio que as jogadas de lado vão funcionar. É simples: a marcação adversária congestiona o centro para brecar as tabelas por ali e abrem-se os corredores para a passagem dos laterais.
Há, também, a questão da inversão de lado, que por conta da falta de opções pelo meio, ocorre de forma direta. Tenta-se o lançamento longo para passar a bola da direita para a esquerda, em vez de a bola circular por baixo, com passes curtos, movimentando as linhas defensivas do adversário e criando espaços.
Saída de bola melhorou
A transição da defesa para o ataque melhorou com Bob e Dourado lado a lado. A saída com três jogadores, utilizada com insistência nos primeiros jogos da temporada, se repetiu. Bob recuava e passava os zagueiros para regiões do campo mais próximas das laterais. Mas com Dourado flutuando um pouco à frente de Bob e dos zagueiros, estabeleceu-se uma opção de passe curto para dar sequência à jogada. Ao menos um ponto a se comemorar no desempenho do Inter.
O buraco à frente da zaga
O contra-ataque do Passo Fundo encontrou espaços generosos entre a linha defensiva e de meio-campo do Inter. Faltou compactação ao time de Argel, que passou por momentos de sufoco por conta de suas falhas de posicionamento.
O valor de um desarme lá na frente
O Inter avança seu time diante de adversários que se fecham, é natural. Mas falta ímpeto para marcar e buscar o desarme lá na frente. Quando ele vem, nota-se o valor de recuperar a bola em posição adiantada no campo. No lance do segundo tempo em que Bob mordeu, tirou do adversário e encontrou Sasha livre na cara do gol, viu-se como fica mais fácil criar quando o time não precisa atravessar todo o campo trocando passes.
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