Um dos problemas recorrentes do Inter, nos últimos anos, é atacar com pouca gente. Em jogos encardidos, contra adversários ariscos, a equipe muitas vezes se entoca feito um tatu entre a defesa e o meio-campo e deixa a área adversária entregue aos cuidados dos zagueiros inimigos.
Até pode funcionar, quando o time sai em conjunto para o contra-ataque e, em pouco tempo, coloca quatro, cinco, seis atletas a rondar a goleira oposta. Mas o que se vê seguidamente, sobretudo longe do Beira-Rio, é muita gente de vermelho na intermediária e pouca pressão perto da linha do gol.
É louvável que os atacantes voltem para buscar jogo, auxiliar na marcação, e que os meio-campistas não se lancem de qualquer jeito ao ataque. Mas defender e atacar em bom número é um dos segredos para o sucesso no futebol.
No confronto decisivo contra o Goiás, neste domingo, Lisandro López deverá começar a partida como titular. Uma das características do argentino é justamente se movimentar muito, sair constantemente da área, tentar participar da armação das jogadas. Talvez até com frequência demasiada, levando-se em consideração que não costuma ter grande sucesso na articulação.
E o grande valor de López é o oportunismo e a capacidade de definição. Por isso, seria recomendável que ele mantivesse uma boa movimentação e seguisse participando da partida, mas não se afastasse tanto da grande área como em algumas partidas em que podia ser visto na nossa lateral esquerda, no centro do gramado e até na fila da pipoca, menos olhando nos olhos do goleiro adversário.
Como resultado, o time se entatuzava ainda mais. Contra o Goiás, precisamos marcar gols. Precisamos vencer. Precisamos olhar nos olhos do goleiro adversário. Vai pra área, Lisandro!
*ZERO HORA