
Gustavo Quinteros completa nesta terça-feira (8) três meses de trabalho no Grêmio. Quando entrar em campo a partir das 19h contra o Atlético Grau na Arena, o técnico encontrará um ambiente tenso. Após um início de bom futebol e resultados expressivos, o trabalho do técnico perdeu fôlego nas últimas semanas.
A defesa voltou a vazar como nos momentos mais difíceis das últimas temporadas, sem o rendimento ofensivo para compensar o excesso de gols sofridos. Dois elementos de uma equação que resulta em pressão e cobranças ao trabalho do argentino.
A derrota para o Ceará trouxe novamente ao ambiente do clube a desconfiança do torcedor. Uma relação que acabou desgastada pela derrota nas finais do Gauchão, mas que também passa pelo rendimento insuficiente mostrados nas classificações sofridas na Copa do Brasil.
Tempo de trabalho
O técnico Alessandro Telles enfrentou o Grêmio no Gauchão, pelo São Luiz de Ijuí. Uma das partidas de melhor rendimento gremista no ano. De longe, Telles entende que os problemas apresentados agora são questões de encaixe e também causados por mudança de estilo de jogo. Algo difícil de alterar em pouco tempo de trabalho.
— São três meses ainda, né. Implementar uma filosofia com um time que vinha jogando em um sistema e mudar isso é muito difícil. Acredito que o Grêmio, em termos de sustentação defensiva, tem pouco aporte. Tanto Villasanti e Camilo, que até marca um pouco mais, e Edenilson são mais médios do que volantes de característica defensiva. O Grêmio apoia muito pelos laterais, o que deixa o time exposto — opina Telles.
O ex-lateral Ramon, que comentou o jogo entre Ceará e Grêmio, identificou problemas na equipe de Quinteros que já atrapalharam o clube no ano passado. Situações que deixaram o Tricolor na briga contra o rebaixamento em 2024, e que seguem custando caro ao clube em 2025.
— Mesmo com três volantes, ficava muito distante as linhas. E aí o Ceará conseguia jogar entre essas linhas e conseguia sair da marcação muito fácil. O Grêmio com uma dificuldade de correr pra trás enorme. Isso já não é de agora. É desde o ano passado do Grêmio e do Renato. Era uma dificuldade de correr pra trás. Cedia muito contra-ataque. Até falei durante a transmissão que o Grêmio é o time que mais tomou gol de contra-ataque. Dos 20 clubes da Série A em 2025 — diz.
Necessidade de adaptações no time
O jogo contra o Atlético Grau será uma oportunidade de reverter esse momento de desconfiança que se formou. Mas para isso, Quinteros precisará mostrar em campo que o time segue em evolução. E só uma vitória ajudaria a comprovar essa percepção.
Um caminho para mudar essa trajetória seria adaptar suas ideias de escalação. Sem Amuzu, que perde a partida por conta do protocolo de concussão da CBF, o time terá uma mudança certa. E para Alessandro Telles, uma oportunidade de alterar o modelo tático para dar mais equilíbrio.
— Talvez ter o Edenilson pelo lado equilibraria um pouco mais, por melhorar essa primeira marcação. O Grêmio é um time com intensidade diferente, mas a parte defensiva, na minha opinião, está muito exposta. E sem Kannemann e Geromel, que eram absurdos no 1x1 — afirma.
Mesma solução pensada por Ramon. Para o comentarista do grupo Globo, Quinteros precisará pensar em soluções novas para os problemas que encontrou com as escalações utilizadas até o momento
— Acho o Grêmio muito espaçado. Sobrecarregando muito esse primeiro volante em tese, que nesse jogo foi o Camilo. Acredito que o Quinteiros tem que rever a ideia de jogo dele ou mudar algumas peças — projeta.
Com caras novas ou não, o Grêmio aposta em uma vitória nesta terça-feira. A única resposta que o torcedor espera para afastar esse clima de desconfiança de perto da Arena.
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