Bicampeão da Alemanha e campeão da Liga dos Campeões contra uma Juventus que tinha o goleiro Dino Zoff e o meio-campista Michel Platini, o Hamburgo desembarcava no Japão com favoritismo e também com certo desconhecimento a respeito do time do Grêmio. Entre uma partida e outra (a final no continente europeu e o jogo em Tóquio), cinco meses haviam se passado, e a equipe que conquistou a taça europeia já não era mais a mesma.
O técnico Ernst Happel perdeu o centroavante Hrubesch, que deixou o time após a competição, e Bastrup, que voltou para a Dinamarca. Além das lesões musculares do atacante Jürgen Milewski e o lateral Manfred Kaltz, responsáveis pelas principais jogadas de ataque. Ainda assim, contavam com o meio-campista Felix Magath, um dos melhores jogadores da equipe, destaque da final contra a Juventus.
— Muita gente diz que o Hamburgo tinha acabado de ganhar a Copa da Europa. Não, isso foi em julho. O jogo contra o Grêmio foi em dezembro. No meio disso, eles perderam o centroavante Horst Hrubesch e para o jogo no Japão estavam sem o zagueiro Manfred Kaltz e o Jurgen Milewski, ponteiro-esquerdo. Eles estavam machucados e seguiram em tratamento na Europa. Claro que tinham um bom time, mas era inferior ao que ganhou da Juventus meses antes — contou em 2020 a GZH Claudio Dienstmann, repórter de Zero Hora à época, que cobriu o Mundial direto do Japão.
O jornalista ainda recorda que o time alemão tinha seu foco voltado para outra competição. Para igualar Bayern de Munique e Borussia Monchëgladbach, o Hamburgo focava na conquista do tricampeonato em sua terra natal.
— Não houve menosprezo com o Grêmio, mas talvez o time deles não tivesse o mesmo interesse em relação ao jogo. Para eles, tinha sido importante ganhar a Liga dos Campeões da Europa. Depois disso, só queriam o campeonato alemão — completou Dienstmann.