
O Grêmio aguarda uma reavaliação de Walter Kannemann para integrar o jogador novamente aos trabalhos com o restante do grupo. O zagueiro de 31 anos tem consulta marcada com o médico que realizou a cirurgia em seu quadril no dia 8 de dezembro de 2021. Se receber uma sinalização positiva da evolução da cicatrização no local, estará liberado para voltar aos treinos com carga normal.
A síndrome do impacto no quadril ou impacto femoroacetabular era a causa das dores de Kannemann desde 2020. O problema, que encerrou a carreira do tenista Guga, só foi solucionado após intervenção cirúrgica. O Grêmio tentou solucionar a lesão com tratamento convencional, mas a opção não deu certo de forma efetiva. A previsão é de que o jogador esteja apto a retornar aos gramados até o início de junho, seis meses após a realização da cirurgia.
— A avaliação da cirurgia ocorre em dois momentos. Um logo após a realização do procedimento, e que pela avaliação feita ficou perfeita. E o passo seguinte é após os treinos. Até agora a recuperação está excelente. Tantos pelos testes físicos quanto pelo relato do Kannemann — comentou o médico Anthony Yepez, que realizou o procedimento em dezembro.
As dores no lado esquerdo do quadril, que também irradiavam para o púbis, pioraram ao longo do ano passado. Uma infiltração foi realizada antes da decisão pela cirurgia, o último passo possível e que oferece solução definitiva. Kannemann viveu as últimas temporadas em um regime próprio de treinamentos e tratamento para suportar o desconforto. O argentino era submetido a fisioterapia durante os dias sem jogos e tinha a situação avaliada antes de cada partida. Caso suportasse as dores, iria para campo. Mas sempre com limitações. No ano passado, acabou de fora do confronto minutos antes de a bola rolar com o América-MG, após não suportar as fortes dores que iniciaram durante o aquecimento.
A cirurgia teve como objetivo corrigir o acetábulo, região que faz a conexão do quadril com o perna. O osso do fêmur foi raspado em uma artroscopia para eliminar os pontos de contato irregulares entre o fêmur e o quadril. Esse impacto constante causava fortes dores na região, e também deixava a musculatura da perna enrijecida, causando a limitação de movimentos necessários para o zagueiro dentro de campo.
Kannemann cumpriu uma rotina diária de dois turnos de tratamento desde que se reapresentou para a temporada. Inicialmente os treinos eram apenas físicos, sem nenhuma atividade que exigisse movimento no quadril. O passo seguinte foi a inclusão de trabalhos para recuperar a mobilidade. Mais recentemente, o argentino começou a realizar corridas no gramado e também participar dos trabalhos de aquecimento com o restante dos companheiros.
Oficialmente, o jogador está em um grupo intermediário dos trabalhos para a comissão técnica. Ele realiza treinamentos físicos em separado e também voltou a ter contato com a bola. Mas sem participar de qualquer exercício que ofereça chance de impacto. A expressão utilizada no CT Luiz Carvalho é que, com a liberação do médico que realizou a cirurgia, o jogador entrará na "zona do caos" nos treinamentos. O modelo é nomeado pela falta de controle dos preparadores em como acontecerá a participação do argentino. Kannemann será liberado para treinar, sem restrição de contato ou movimentos, e sua evolução será avaliada dia a dia.
A recuperação da lesão no quadril é um dos motivos que também adiou as conversas para renovação de contrato com o jogador. O vínculo de Kannemann se encerra no final deste ano. O argentino tem um dos salários mais altos do grupo, e a direção espera para ter mais clareza sobre qual divisão disputará em 2023. Em caso de acesso, as receitas da Primeira Divisão permitem maior investimento.