Um lateral forte fisicamente, bom cobrador de faltas e dedicado fora de campo. É assim que ex-técnicos de Rodrigo Ferreira, 26 anos, definem o lateral-direito que está próximo de ser anunciado pelo Grêmio para a sequência da temporada.
Vindo por empréstimo do Mirassol, Rodrigo disputará posição com o experiente Edilson. Orejuela, que iniciou o ano como titular, está de saída da equipe e deve jogar no Athletico-PR. Portanto, o clube gaúcho foi em busca de mais um reforço para o setor, e encontrou no adversário que o eliminou na primeira fase da Copa do Brasil um bom nome para a lateral.
— O Grêmio fez uma grande contratação. É um jogador alto, forte, que tem uma ótima bola parada. Guardadas as devidas proporções, é o Paulo Roberto, Coelhinho. É muito parecido. O Grêmio acertou em cheio — afirma Argel Fucks, que treinou o reforço tricolor no Botafogo, de Ribeirão Preto, na temporada passada.
Pelas palavras de Argel, o torcedor gremista pode ficar empolgado. Paulo Roberto é um dos maiores laterais-direitos da história do Grêmio, tendo conquistado o Brasileirão de 1981 e a Libertadores e o Mundial em 1983. Além da parte técnica, o treinador destacou a resistência e boa recuperação física do reforço tricolor.
— É um jogador altamente profissional, trabalhador. Não tem dor, não tem cansaço, não se machuca, não pega nem gripe. Tem tudo que um lateral precisa, marca e sabe jogar, tem um bom cruzamento. Vai resolver o problema da lateral direita do Grêmio depois de anos — projeta Argel.
Na carreira, Rodrigo Ferreira tem passagens por Cuiabá, Ituano, Guarani-SC, Marcílio Dias, Brasil-Pel e Mirassol. Antes de chegar ao clube do interior paulista, passou pelo futebol gaúcho indicado pelo técnico Hemerson Maria, que treinava a equipe xavante.
— Sou de Santa Catarina, acompanho muito os clubes de lá. Vi que o Rodrigo estava se destacando no Marcílio Dias. Quando foi para o Brasil-Pel, pedi para contratá-lo. Tem ótimo perfil físico, boa bola aérea e uma bola parada muito boa. Tem um perfil equilibrado, defende muito bem e quando apoia tem qualidade também — destaca Hemerson.
No Brasil-Pel, curiosamente, alternou a titularidade com Felipe Albuquerque, lateral-direito que pertence ao Grêmio e foi emprestado ao Novorizontino nesta temporada. Claudio Tencati, que comandou o Xavante na reta final da Série B de 2020, explica a alternância entre os dois jogadores:
— Como a Série B ficou apertada naquele ano por causa da pandemia, com muitos jogos em sequência, fazíamos esse revezamento. Era mais pelo acúmulo de jogos mesmo, mas também tinha a questão tática. O Felipe é mais leve, atacava o espaço, dava mais amplitude. Já o Rodrigo é mais forte, marca melhor e usava mais pra sustentar o jogo. Eles chegaram até a jogar juntos, com o Rodrigo na primeira linha e o Felipe mais à frente.
Tencati reconhece, porém, que Rodrigo Ferreira evoluiu desde a sua saída do Brasil-Pel. As passagens por Botafogo-SP e Mirassol foram importantes para o amadurecimento do jogador, avalia seu ex-técnico, que o compara com Edilson, também contratado pelo Grêmio, quando mais jovem.
— O Rodrigo me surpreendeu positivamente nessas últimas temporadas. Está mais agudo, ofensivo, elevou o nível de competitividade. Mas, em linhas gerais, é parecido com o Edilson quando era mais novo, com muita força, batida forte na bola e boa técnica. Tentamos trazê-lo para o Criciúma, mas já tinha mercado de quatro, cinco clubes da Série B e teve proposta até do Juventude para jogar a Série A, mas optou pelo Grêmio — conta Cláudio Tencati.
As referências são as melhores possíveis. Agora, o torcedor do Grêmio espera que, dentro de campo, Rodrigo corresponda àquilo que é falado sobre ele. Se tiver ao menos parte do sucesso que teve Paulo Roberto ou Edilson com a camisa tricolor, já ficará marcado na história do clube.