Contratado para ser a principal esperança de gols do Grêmio na temporada de 2019, Diego Tardelli saiu do clube no início de 2020. Com uma rescisão amigável, o atacante, que não rendeu o esperado, retornou ao Atlético-MG, clube em que é ídolo, mas que foi preterido para vestir a camisa gremista na volta ao futebol brasileiro no ano passado. Foram algumas polêmicas protagonizadas desde então pelo atleta de 35 anos.
Preferência pelo Grêmio
A primeira grande repercussão foi justamente a escolha do jogador em ter escolhido Porto Alegre e não Belo Horizonte depois da passagem pelo Shandong Luneng, da China, entre 2015 e 2019. A opção pela capital gaúcha foi alegada por três motivos: bom momento vivido pelo Tricolor nos últimos anos, questões de contrato (salário e tempo de vínculo) e ligação afetiva da esposa de Tardelli, que é gaúcha, com o Estado. Pesou também os contatos entre Renato Portaluppi e o atacante. Até se encontrarem na Arena, o relacionamento era positivo entre as partes.
Porém, a escolha resultou em polêmica e revolta entre os atleticanos. Inclusive, protestos dos torcedores que idolatram o campeão da Libertadores e Copa do Brasil pelo Galo entre 2013 e 2014. De imediato, Diego se sentiu desconfortável e chegou dando indiretas em redes sociais sobre o episódio.
Descontentamento (parte 1)
Escolhido para ser o camisa 9 gremista, Tardelli teve um período especial de preparação física. Jamais conseguiu alcançar o auge esperado pelos dirigentes e membros da comissão técnica. O longo período no futebol asiático, apontado por especialistas como menos competitivo, rendeu uma defasagem no aspecto físico e, desta forma, o atleta demorou mais tempo para realizar a estreia e chegar à titularidade.
— Passei por um período turbulento, muita gente não sabe o que aconteceu. Passei por um momento depressivo, sofri calado e sabia que meu momento ia chegar — revelou Tardelli.
A intenção de Renato Portaluppi era de utilizá-lo como homem mais adiantado, como centroavante. O atacante gostaria de atuar mais recuado, como ponta, ou segundo atleta do setor. Com a divergência entre entendimento do comandante e atleta gerou desgaste na relação.
Saída do Grêmio
Com um salário elevado e baixo rendimento, Tardelli frequentemente era criticado pela temporada fraca no Grêmio. O jogador contava com o apoio e amizade dos companheiros. Após um longo período de conversas, ainda em janeiro, foi anunciada a rescisão contratual entre as partes. O caminho, após tanto desgaste em Porto Alegre, estava livre para o atleta retornar ao Atlético-MG.
Desavenças com o presidente do Galo
Com Tardelli no mercado, a pressão para o único representante mineiro na elite do futebol brasileiro recontratá-lo cresceu. Os torcedores, antes críticos do ídolo, viraram aliados. Inclusive com cobranças públicas aos dirigentes do Atlético-MG. O episódio mais marcante foi quando o presidente Sérgio Sette Câmara disse que o clube não era asilo para repatriar o atacante.
Incomodado, Diego rebateu, mais uma vez, nas redes sociais:
"Sr. Sérgio Sette Câmara. Sempre honrei a camisa do Galo e todos sabem o carinho e respeito que tenho pelo clube e pela sua fanática torcida. No Atlético, fui extremamente feliz, realizado e ajudei a instituição a conquistar vários títulos, inclusive, o mais importante de sua maravilhosa e rica história. Já fiz muito pelo clube e mereço respeito. Além disso, com 34 anos, me sinto um garoto e estou cheio de planos para a minha carreira", publicou Tardelli.
Descontentamento (parte 2)
A história se repetiu após ter voltado ao galo. Agora com Jorge Sampaoli. Na última entrevista coletiva, o jogador relatou que o posicionamento como centroavante “incomoda um pouquinho" e que está fazendo "o máximo possível que o técnico pede". Novamente, não se mostrando confortável com a opção tática apontada para ele, que prefere jogar com maior liberdade.