Os motivos para o Grêmio liberar o volante Ramiro para o Corinthians são bem objetivos e nada têm a ver com uma eventual insatisfação do clube com o rendimento do jogador. Pelo contrário. O atleta é considerado peça-chave no esquema de Renato Portaluppi. Trata-se de uma questão puramente de mercado, que envolve uma antiga parceria com o empresário Giuliano Bertolucci e também a ida de Bressan para o futebol dos Estados Unidos.
No final de 2013, durante a gestão do então presidente Fábio Koff, o Grêmio enfrentou uma crise financeira, que resultou inclusive em atraso de salários. Na ocasião, a direção gremista adotou uma solução criativa e vendeu 50% dos direitos de Bressan e Ramiro para Bertolucci por US$ 4 milhões cada (R$ 9 milhões, na cotação da época). Com o valor, quitou as dívidas e devolveu o fôlego ao caixa.
Ficou para o futuro, no entanto, o compromisso de retribuir a ajuda e dar ao investidor a oportunidade de ser ressarcido. Caso contrário, seria necessário quitar a dívida. O problema é que nem Bressan e nem Ramiro foram alvos de propostas estratosféricas do futebol europeu, deixando o empresário sem a chance de lucrar.
Neste final de 2018, contudo, a oportunidade apareceu.
Com as fortes críticas da torcida após a falha na semifinal da Libertadores, Bressan ficou sem clima para jogar pelo Grêmio. Por isso, o atleta foi liberado para acertar, em definitivo, com o FC Dallas. O negócio acabou sendo a solução mais confortável para as partes.
Desta forma, quando Giuliano Bertolucci procurou o Grêmio apresentando a proposta do Corinthians por Ramiro, a direção gremista não teve escolha se não aceitar ceder o atleta, sem ressarcimento. Até por que apenas 10% dos direitos econômicos do atleta ainda pertenciam ao clube gaúcho.
Além disso, com a liberação conjunta de Bressan e Ramiro, o Grêmio tem agora quitada todas as suas obrigações com o investidor.