Maxi Rodríguez, que joga de cabeça erguida e tem uma perna esquerda privilegiada, observou Barcos na grande área. Levantou a bola no peito do argentino, que dominou, gingou e acertou um chute rasteiro, cruzado, no lado esquerdo do bom goleiro Cássio. Pronto, gol.
O Grêmio só foi descobrir o bom passe no segundo tempo quando Renato tirou um zagueiro, Bressan, e postou um meia ofensivo, Maxi Rodríguez.
É difícil jogar sem um articulador. É raro um atacante marcar sem uma assessoria qualificada. Barcos gostou do uruguaio. Elogiou. A bola chegou redonda, redondinha.
Renato viu que às vezes é preciso ser ousado, arriscar. Ganha quem tem coragem. Sistemas fechados têm hora e prazo de validade. Pode durar 90 minutos ou 45. É preciso sensibilidade para mudar na hora certa.
A jogada que uniu o passe preciso e o faro de um atacante criou o gol solitário que deu mais três pontos ao Grêmio na vitória sobre o Corinthians.
Os dois times marcaram muito e criaram pouco. Sandro Meira Ricci, árbitro da Copa do Mundo, sentiu que o jogo era competitivo, viril. Deixou o jogo correr, não buscou amparo no cartão amarelo. Fez uma das melhores arbitragens que eu assisti nas últimas rodadas do Brasileirão.
Os 18 mil espectadores que acessaram a Arena, que nunca lota por falta de torcida e mais uma lista de 20 problemas, gostaram do segundo tempo do Grêmio. Notaram um time mais equilibrado com dois zagueiros, três volantes, um meia e dois atacantes. O apetite ofensivo voltou, o time atacou mais e a vitória foi justa, apesar da pressão corintiana no final.
Renato deve ter analisado a vitória. Opções ofensivas ele tem. Basta querer.
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