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O Gre-Nal 444 teve placar de 1 a 1, mas o jogo foi marcado pela superioridade do Inter ao longo dos 90 minutos. Um ponto chave para o Colorado controlar o Grêmio foi a marcação no campo de ataque. O Desenho Tático de Zero Hora explica como Roger Machado neutralizou a saída de bola da equipe de Gustavo Quinteros.
Desde sua estreia, Quinteros tem dado aos zagueiros protagonismo na saída de bola do Grêmio. Rodrigo Ely e Jemerson costumam iniciar as jogadas com volantes adiantados e os laterais bem abertos como opções de passe. Roger Machado soube adotar uma estratégia que neutralizou essa saída.
Como funcionou?
Para adiantar a marcação, o Inter saía do 4-2-3-1 inicial e adotava o 4-1-3-2. Isso era feito com Alan Patrick se juntando a Borré para marcar os dois zagueiros do Grêmio. Thiago Maia adiantava e marcava Dodi com os extremas Wesley e Wanderson cuidando dos laterais João Pedro e Viery. Mais atrás, Bernabei colava em Pavón e Aguirre em Aravena. Fernando era o resposável por Cristaldo.
Posicionamento do Inter para adiantar a marcação no 4-1-3-2
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Trocas entre Wesley e Thiago Maia
Roger achou uma fórmula de subir sua marcação sem deixar a defesa em mano a mano. Isso era feito com trocas entre Thiago Maia e Wesley.
Em um primeiro momento, Thiago Maia colava em Dodi e os movimentos de Borré e Alan Patrick forçavam o Grêmio a buscar a saída com os laterais. Se a bola ia para Viery, Wesley deixava João Pedro e colava em Villasanti.
Com Fernando marcando Cristaldo, o Grêmio não tinha opção de passe diagonal. João Pedro ficava livre do outro lado, mas sem ser alternativa para o passe.
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Sem saída para a frente, o Grêmio voltava a bola nos zagueiros tendo João Pedro como opção. O Inter rapidamente se posicionava com Wesley marcando João Pedro e Thiago Maia saindo de Dodi para marcar Villasanti. Alan Patrick então recuava para ser a sombra a Dodi.
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Esses movimentos permitiam ao Inter anular a saída por dentro do Grêmio sem abrir mão de sobra na zaga. O Grêmio, então, acabava apelando para passes dos laterais buscando os extremas. Esse é o típico passe que Pep Guardiola, tido com o melhor técnico do mundo por muitos, proíbe seus times de executarem.
A ideia do treinador é que os extremas devem receber o passe diagonal para estarem com o posicionamento corporal correto para partirem para cima do lateral adversário. Se o passe vem reto do lateral, o extrema sempre recebe de costas para o lateral adversário e tem maior dificuldade para dar sequência à jogada.
A estratégia de Roger de forçar passes de Viery para Aravena e de João Pedro para Pavon deixou os atacantes gremistas como alvos fáceis para seus marcadores. Sem saída, o Grêmio perdia a bola e voltava a ser atacado pelo Inter.
O Gre-Nal terminou com o Inter tendo 14 finalizações contra 8 do Grêmio. No alvo foram 5 chutes colorados.
O gol de pênalti de Martin Braithwaite foi a única finalização gremista no alvo. Ou seja, o goleiro Anthoni não fez nenhuma defesa no clássico.
Os números foram resultado da vantagem da estratégia de Roger sobre a de Quinteros. Os jogadores do Inter não aproveitaram a vitória de seu treinador no duelo tático para conquistar os três pontos na Arena.