Só dois times dos quatro principais centros do Brasil têm 100% de aproveitamento neste começo de temporada. O Flamengo e o Novo Hamburgo. Nunca achei que ia colocar o Noia junto do Flamengo em uma mesma frase, mas é isso aí. Líder do Gauchão e com 100% de aproveitamento após quatro rodadas, e isso com dois times de Série B como adversários – o Inter e o Juventude, que levou 4 a 1 nesta segunda. Enterrem meu coração na curva do Rio dos Sinos.
Estou tentando não me empolgar com isso, porque se tem um time que sabe frustrar as expectativas, é o Noia. Então, muita calma nesta hora. Mas é complicado manter a sanidade em dia quando o Anilado abre cinco pontos para o vice-líder. A gente pode perder por 20 a 0 o próximo jogo (e a derrota é sempre um resultado próximo neste mundo de clubes do Interior) que ainda assim vai seguir na ponta da tabela do Gauchão.
Leia mais:
Novo Hamburgo vence Juventude e mantém liderança e 100% no Gauchão
"Jogou onde?": súmula detalha os xingamentos de Brenner e Xaro, expulsos em Passo Fundo x Inter
Presidente do Ypiranga sobre mau começo no Gauchão: "Adversários perceberam nossa fraqueza"
O Noia, líder do Gauchão. Tá aí outra frase que eu não imaginava escrever – pelo menos não depois de quatro rodadas. O que só mostra a façanha do time de Beto Campos: um clube em crise, com presidente no cargo de forma temporária, só no aguardo por alguém que vá segurar esse rojão. Mesmo assim, cada jogo anilado na temporada terminou do mesmo jeito, com três pontos no bolso e aqueles inacreditáveis 100% de aproveitamento.
João Paulotelli artilheiro de tudo, cada bola que entra na área é caixa. Assis, pela esquerda, é um fiel sucessor da linhagem que nos deu Paulinho e Marlon nos últimos anos, a dos grandes laterais esquerdos que o mundo não soube reconhecer. Matheus é um goleiro seguro, como o Noia não tem desde Eduardo Martini. Preto, enquanto ainda tem pernas, mostra a importância de se ter um jogador identificado com a sua camisa no futebol gaúcho que vai além do eixo Humaitá-Menino Deus.
A situação é tão absurda e memorável que, neste momento, a alcunha Barcenóia – uma brincadeira criada naqueles loucos dias de 2012 em que chegamos a sonhar com o título da Taça Piratini, antes da queda nos pênaltis para o Caxias em pleno Valehalla – seria aceita de bom grado. Pelo Barcelona, claro, que depois da goleada sofrida em Paris deve sonhar em ser comparado com o líder 100% do Gauchão.
Vamo, Noia!
*ZHESPORTES