
Das 24 equipes que disputam a Liga Nacional de Futsal (LNF), apenas sete venceram nas duas primeiras rodadas da competição. Neste grupo, que conta com representantes tradicionais do esporte no Brasil, está um estreante, o Vélez Camaquã. Na terceira rodada, o time da região Sul do Estado terá pela frente o Atlântico, no Caldeirão do Galo, em Erechim.
Na primeira partida, fez 3 a 2 no Pato Futsal. Já no segundo confronto, bateu o Joaçaba por 4 a 0. Para muitos, o retrospecto positivo para um estreante pode estar no elenco ou no apoio do torcedor, já que ambas as partidas foram em Camaquã. Entretanto, há quem diga que o segredo possa estar no treinador.
Gustavo Pellisoli comanda a equipe desde o ano passado e chama a atenção pela idade, já que tem apenas 30 anos. Natural de Canoas, ele não se surpreende com o momento positivo da equipe. Da mesma forma, não consegue esconder a expectativa para o restante da temporada.
O caçula da Liga
Nesta temporada da LNF, Gustavo Pellisoli é o técnico mais jovem. Até 2014, ele insistiu no futsal enquanto jogador. Contudo, na sequência, rumou ao esporte universitário, no qual defendeu a Ulbra, instituição em que se formou em Educação Física, com bolsa de estudos. Na mesma universidade, foi treinador e permaneceu até 2022.
Em 2023, Pellisoli assumiu o Rodeio Futsal e disputou competições no Rio Grande do Sul. No ano seguinte, chegou ao Vélez e ajudou o clube a se classificar para o Gauchão Série B. Pelo bom desempenho, foi mantido para 2025.
— Ser jovem, dentro da média de idade da função, me mantém inquieto — e é essa inquietude que me move. Tenho convicções sobre o jogo, mas não as trato como verdades absolutas. Gosto de escutar, debater e, quando faz sentido, reformular. Isso faz com que a forma das minhas equipes jogarem esteja em constante evolução. Eu consumo o futsal de forma intensa e me dedico a construir um ambiente que favoreça o desenvolvimento do indivíduo ao coletivo — destacou Gustavo Pellisoli.
Desempenho da equipe até aqui

Poucos acreditavam que o Vélez Camaquã teria duas vitórias nos primeiros dois jogos da LNF. Para Gustavo Pellisoli, a tarefa era difícil, mas não impossível. Durante a montagem do elenco, ele buscou unir atletas experientes aos mais jovens para dar conta do que a competição pede.
— Sabíamos da importância de ter um grupo competitivo e fomos assertivos. Ao mesmo tempo, entendíamos que resultados adversos no início seriam compreensíveis. A confiança transmitida pelos gestores do projeto nesse processo foi fundamental. O que, de fora, parecia um passo ousado demais, para nós foi uma construção segura e sólida, fazendo com que nos sentíssemos preparados — disse o técnico.
Nos dois jogos iniciais, o Vélez marcou sete gols e sofreu apenas dois, mostrando que pode ser equilibrado tanto no ataque quanto na defesa. Mesmo assim, um outro fator somado à atuação dos atletas fez a diferença nas vitórias, segundo o treinador: a torcida, que compareceu em peso no ginásio Wadislau Niemxeski, em Camaquã.
— O que estamos vivendo em Camaquã é algo fantástico. A cidade é apaixonada por esporte e tem lotado o ginásio tanto na LNF quanto no Estadual. É difícil explicar sem parecer clichê, mas a energia que vem da arquibancada nos impulsiona e nos dá a certeza de que, com a presença deles, seremos muito fortes dentro de casa — exaltou.
Clássico gaúcho na próxima rodada
Neste sábado, às 18h30min, o Vélez vai a Erechim enfrentar o Atlântico, no Caldeirão do Galo. Os donos da casa estão entre os favoritos ao título do campeonato e venceram a Supercopa Gramado, em março deste ano.
O técnico do Vélez reconhece a dificuldade do confronto, mas também destaca a importância da partida para a história do clube de Camaquã.
— É mais um grande desafio. Sabemos da dificuldade que é enfrentar o Atlântico, ainda mais em Erechim. Mas, para quem vive do esporte, jogos assim são um privilégio. Dentro do nosso planejamento, o mais importante é conseguir competir em alto nível e seguir evoluindo dentro da Liga — concluiu o treinador, que reforçou o objetivo do Vélez em disputar o mata-mata da competição.