Uma nova face do inverno australiano
Assim como o Brasil, a Austrália, uma das sedes da Copa do Mundo Feminina, é um país com dimensões continentais. Tão grande, mas tão grande quanto sua amplitude térmica, que varia bastante durante o inverno. Acontece algo parecido como quando estamos no Rio Grande do Sul, passando um baita frio, com temperaturas de 1ºC ou até mesmo negativas, e viajamos para o Rio de Janeiro, com aquele calorzinho praticamente o ano todo.
Foi mais ou menos isso que sentimos partindo de Adelaide, com 5ºC em alguns dias à noite, e chegando a Brisbane, com seus agradáveis 21ºC. E a lógica desse sobe desce dos termômetros também é muito semelhante ao que acontece no Brasil: quanto mais ao sul, mais frio no inverno. Mais ao norte, o clima também fica ameno.
Tanto que ao sul do país, ficam os Alpes australianos, com locais destinados à prática de esportes na neve como o esqui. Bom, acho que em termos de neve a Austrália nos ganha, já que o máximo de gelo que temos é em um parque privado em Gramado.
Matildas com moral
— Vocês vieram para a Copa do Mundo? — nos perguntou o caixa do mercado que visitamos logo após o desembarque em Brisbane.
Apesar de parecer uma conversa óbvia, foi a primeira vez, desde o início da cobertura, que um australiano puxou assunto conosco sobre futebol. A verdade é que em Brisbane há muito mais envolvimento da população com a Copa do Mundo do que em Adelaide, onde estávamos até ontem. O aeroporto da cidade possui letreiros alusivos à competição, e os jornais locais dão muito mais ênfase ao evento. A razão disso é a proximidade do jogo das Matildas, como são conhecidas as atletas da seleção australiana de futebol, contra a Nigéria, que ocorrerá na cidade na quinta (27), no estádio Lang Park.
Cerveja de gengibre
A ideia foi da Kelly Costa, que preparou uma pauta gastronômica para mostrar aos telespectadores do Jornal Almoço, da RBS TV, as comidas típicas australianas.
Eu, Rodrigo, participei junto da degustação. No cardápio, o garçom nos apresentou, entre outras iguarias, uma cerveja de gengibre, que, apesar do nome, não é alcoólica. Trata-se de uma bebida tradicional do antigo Império Britânico e que se tornou popular em algumas ex-colônias inglesas, como é o caso da Austrália.
O sabor lembra o de um energético. É bom? Sim, até é bom, mas ainda prefiro os refrigerantes tradicionais.
Motoristas pouco educados
Olha, se tem uma coisa que é complicada por aqui é o transporte por aplicativo. Primeiro porque não é exatamente barato. E, segundo, porque a grande maioria dos motoristas simplesmente não ajuda os passageiros com as malas no embarque e no desembarque. Alguns sequer descem do carro quando chegam, mesmo vendo que você está com duas malas, mochila e o que quer mais que seja.
Outros até descem, dão um “oi”, perguntam se você está bem… mas ficam só te olhando colocar tudo no porta-malas. Parece mais uma espécie de fiscalização para que não aconteça nada com o carro, porque ajuda que é bom, ninguém oferece. Como se não bastasse, ainda pegamos um motorista completamente desatento. Eu, Kelly, entrei no carro com um tripé de câmera na mão, coloquei um pé dentro do carro e, antes de eu terminar de embarcar, o condutor arrancou.
Fui dando pulos para frente com um pé dentro do carro e outro fora, tentando me equilibrar pra não cair e nem me machucar. Foram uns quatro pulos com o carro em movimento até que, aos gritos de “stop, stop, stop” do Rodrigo, ele conseguiu parar. O motorista me pediu desculpas e, como nada de ruim aconteceu, demos risada da situação. Mas foi um susto bem grande!