
O Brasil voltará a enfrentar a Argentina nesta terça-feira (25), em Buenos Aires, ainda com Dorival Júnior sob desconfiança mesmo com a vitória sobre a Colômbia, na rodada anterior das Eliminatórias.
Em busca de conter os atuais campeões do mundo, Dorival pode tirar lições do clássico com o Uruguai, na sexta-feira, quando a Albiceleste venceu, mas teve dificuldade para superar a marcação feita pelo técnico Marcelo Bielsa.
O jogo entre Uruguai e Argentina foi bastante travado, principalmente no primeiro tempo, quando os goleiros Dibu Martínez e Rochet pouco trabalharam. A dificuldade para os argentinos criarem se deu, claro, pela ausência de Lionel Messi, mas também pela forma como a Celeste marcou.
O plano de Bielsa
Com a Argentina montada no 4-1-4-1, o Uruguai foi a campo no 4-2-3-1 encaixando marcação individual feita com longas perseguições.
Apenas o zagueiro Giménez não tinha um alvo na marcação. Ronald Araujo marcava o centroavante Álvarez. Os laterais Nández e Olivera cuidavam dos extremas Almada e Simeone. Já os volantes Bentancur e Valverde de Mac Allister e Enzo e assim seguia com Arrascaeta em Paredes e Pellistri e Maxi Araújo nos laterais argentinos Molina e Tagliafico. Enquanto isso, o centroavante Darwin Núnez esperava a definição do zagueiro que faria a saída para também pressionar.
Essa forma de marcar do Uruguai forçou alguns erros da Argentina em seu campo de defesa que acabaram não sendo aproveitados. Aí entra a vantagem para o Brasil fazer isso. Nomes como Vini Jr., Raphinha e Rodrygo têm maior qualidade que o trio ofensivo do Uruguai para aproveitar bolas recuperadas no campo de ataque.
Argentina encontrou soluções
Já a partir da reta final do primeiro tempo e na arrancada do segundo, a Argentina conseguiu sair da marcação celeste. Além da questão física, o natural cansaço uruguaio, Lionel Scaloni apostou em movimentações e trocas de posições de seus jogadores para superar a marcação individual uruguaia.
O lance do gol argentino mostrou exatamente isso. Álvarez levou a bola para a esquerda e causou dúvida em Nández, o lateral-direito que era responsável por marcar Almada. Com Nández ocupado, o camisa 11 recebeu livre na entrada da área para finalizar sem chances para Rochet.
A forma como a Argentina encontrou soluções para superar a marcação uruguaia também serve de exemplo para Dorival Jr. Lionel Scaloni se caracteriza pela variação na forma de jogar. Cabe ao treinador brasileiro se preparar com mais de um plano para alcançar o resultado positivo no Monumental de Núñez.